Todo ano é a mesma coisa.
Na chegada de 31 de dezembro, me ponho a pensar em quantos Anos Novos já se passaram…
O Ano Novo vivendo sua impagável travessura de reinventar e desmanchar os dias.
E fico assim, imaginando no ano que se foi, pensando em toda a penca de anos que ficaram pra trás.
Anos do calendário cristão, anos de calendários outros, anos tantos passados sem sequer saber que eram anos, no tempo em que a natureza experimentava seu modo de criar o mundo sem que houvesse marcas de tempo.
Difícil entender?
Talvez não, espero.
Demasiadamente quão inadequado, considero, a expressão “ano velho”, porque os anos nada mais são do que um exuberante cacho de dias, enfileirados, pendentes à tarde, caindo à noite de maduros.
Quando o último dia do ano cai, como se fosse um fruto madurinho do alto de um galho, festejado pelos olhos gulosos de um monte de meninos, nem sequer sobra tempo para que se forme a crosta de resina na árvore do tempo.
O ano que surge, feito de novo em fruto estufando de vida, à espera de atos que os diferenciem, que os identifiquem num calendário comum, revestido dos anseios e desejos dos homens.
O que envelhece, pois, não são os anos.
Envelhecem os relógios e suas engrenagens.
Sobretudo, envelhece a vontade do homem de viver os seus sonhos, que se vão quedando feito cordeiros domesticados no íntimo porão das lembranças.
Os anos nunca serão velhos, na sua eterna criancice de estufar dias como se fossem bolhas de sabão, frutos de tempo, bolas coloridas de soprar.
Velhos serão os homens, enquanto não aprenderem a pendurar seus sonhos no redemoinho feliz desse eterno presente que eles próprios chamam de anos.
E para que a humanidade possa ter paz, nada melhor que dedicar este símbolo maior da natureza a todos: Feliz Ano Novo.
Hiroshi Bogéa
1 de janeiro de 2011 - 22:11Obrigado, vereadora. 2011 também prenhe de realizações em sua vida política e pessoal. Abraços
Irismar Sampaio
1 de janeiro de 2011 - 16:48Caro amigo,
O texto em tela nos remete a uma pertinente reflexão… e nesse sentido, quero registrar minhas felicitações!!! desejando ao nobre amigo e sua familia muitas alegrias… que o ano de 2011 seja refleto de realizações. que possas viver intensamente cada momento com muita paz e esperança, pois a vida é uma dádiva e cada instante é uma benção de Deus.
Um grande abraço,
Sua amiga,
Irismar Sampaio
Hiroshi Bogéa
31 de dezembro de 2010 - 22:11Plínio e Arnilson, meu agradecidos votos de felicidades, e a retribuição em dobro de uma nova era de realizações em suas vidas. de Coração.
CLUBE DE XADREZ MARABÁ
31 de dezembro de 2010 - 21:33Belíssimo texto, fruto da maturidade, da paz, sabedoria e alma poética.
Desejo-lhe a você e a todos que compartilham vosso saber um espetacular 2011, cheio de paz, segurança e prosperidade, claro, com o bondoso Deus ao nosso lado.
Arnilson
Plinio Pinheiro Neto
31 de dezembro de 2010 - 15:21Caro Hiroshi.
Belissimo comentário.Faz justiça à tua alma de poeta.Recebi de um amigo, o Pastor Marcos Goes e mando para ti este poema que fala do mesmo tema:
RECEITA DE ANO NOVO.
Carlos Drummond de Andrade
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha, Carlos Drummond de Andrade
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
xxxxxxxxxxxxxxxQue DEUS te abençoe e aos teus de forma maravilhosa neste final de ano e por todo o vindouro ano de 2011.
Um grande abraço do amigo
Plinio Pinheiro Neto