A Vale, dona da Samarco junto com a anglo-australiana BHP Billiton, doou para as campanhas eleitorais de metade dos deputados membros da Comissão Interestadual Parlamentar (Cipe), formada por parlamentares do Espírito Santo  e de Minas Gerais.

Ao todo, a empresa doou R$ 388,7 mil.

Na corrida pelo governo do estado do Espírito Santo as empresas que ais dosaram foram ArcelorMittal, Fibria, Jurong e a Vale.

Neste ano, Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que doação de empresas para campanhas eleitorais é inconstitucional.

A decisão do STF não proíbe que pessoas físicas doem às campanhas.

Pela lei, cada indivíduo pode contribuir com até 10% de seu rendimento no anterior ao pleito.

Os novos membros da Comissão para desenvolvimento sustentável da bacia do Rio Doce foram eleitos nesta quarta-feira (18), em Belo Horizonte.

Os 21 titulares e suplentes devem atuar na preservação e recuperação da bacia, principalmente após o rompimento das barragens da Samarco em Mariana.

Na campanha eleitoral de 2014, 12 dos deputados membros da comissão receberam da mineradora Vale,  e das cinco empresas controladas por ela, cerca de R$388,7 mil. A Vale detém 50% das ações da Samarco, que não aparece como doadora de campanha a políticos, de acordo com as prestações de conta dos candidatos.

As doações são legais, informadas pelos candidatos à Justiça Eleitoral, e seguem as normas de transparência. Aparecem, inclusive, quando o recurso da empresa é repassado indiretamente do candidato ou do partido beneficiário original a outro.

Dos seis titulares do Espírito Santo, quatro foram financiados pela companhia. Entre eles,   Guerino Zanon (PMDB), eleito coordenador regional da Cipe  Rio Doce.

Ele recebeu R$ 98 mil da Vale Energia S/A.

A eleição dos novos membros da Cipe foi realizada na Assembleia de Minas Gerais.

Em seguida, ocorreu uma audiência pública para tratar dos impactos no Rio Doce.

A reunião foi a primeira do ano, 13 dias após o desastre.