Tão logo começou a circular a  informação de que o atual vice-prefeito de Marabá, Luciano Dias, acertou seu apoio à pré-candidatura a prefeito do deputado estadual Chamonzinho (MDB), comentários dos mais variados tipos inundaram o cenário político de Marabá.

O que mais prevaleceu, no entanto, foi a versão de que Luciano concordou em abandonar o bloco político do prefeito Tião Miranda para vestir a camisa do deputado estadual líder das pesquisas eleitorais realizadas até agora, desde que recebesse a garantia de ocupar a secretaria de Saúde num hipotético governo do parlamentar do MDB.

Ao tomar conhecimento da decisão de Luciano este blogueiro acionou ligações telefônicas para muitas lideranças políticas de Marabá – aquelas que estão acompanhando de perto as negociações que são travadas nos bastidores visando  a consolidação de blocos para a disputa  majoritária de outubro próximo.

Conforme já registrado acima, consta, dizem algumas fontes seguras, de que Luciano teria feito a proposta de apoiar Chamonzinho desde que a secretaria de Saúde, numa eventual gestão do deputado estadual, ficasse sob seu controle, o que teria sido aceito.

Habilidoso em seus contatos buscando fortalecer um raio de apoio político significativo, o deputado estadual Chamonzinho já vinha conversando com Luciano, encontros que se intensificaram a partir do momento no qual o prefeito Tião Miranda deixou claro que seu pré-candidato a prefeito é o ex-secretário de Obras, Fábio Moreira –  conversas que culminaram com a decisão de Dias apoiá-lo.

 

“Não cheira e nem fede”

Uma das pessoas ouvidas pelo blogueiro, ao ser indagado da repercussão eleitoral que a  “troca de camisas” do vice-prefeito pode gerar, foi taxativo:

“Eleitoralmente, não cheira e nem fede. O Luciano passou quase oito anos recebendo todo apoio do Tião, atuando nas secretarias de Educação e Saúde, posteriormente colocado na chapa de vice-prefeito, sempre usando o poder da máquina pública, e ele não conseguiu se viabilizar como nome competitivo a disputar a prefeitura. A única repercussão mesmo segura que este fato mostrará é a fome de poder do Luciano, que está pisando no prato que comeu mostrando sua versão traiçoeira”, disse a fonte.

Outra informação importante capturado pelo blogueiro, ouvindo outra fonte, dá conta de que Luciano Dias já vinha conversando com  Chamonzinho “desde o ano passado”.

“Em 2023, quando as pesquisas começaram a revelar o pífio desempenho do Luciano (Dias) como pré-candidato a prefeito, o vice-prefeito do Tião Miranda iniciou ensaiar que poderia trocar de time, caso não fosse o escolhido para disputar a sucessão do Tião. Temos informações seguras de que o Luciano chegou a insinuar a Chamonzinho que ele, Luciano,  aceitaria integrar a chapa do MDB, como candidato a vice. Agora, com novos fatos ocorridos, ele visa a secretaria de Saúde”, garante uma pessoa em conversa com o blog.

 

Ignorância e ingratidão

A bem da verdade, o comportamento de Luciano Dias não deixa de causar surpresas.

Enquanto ele lutava para se viabilizar eleitoralmente, andando pelas zonas urbanas e rural de Marabá, no período de um ano e meio, há registros gravados de que em algumas falas dele conversando com a comunidade, pesava nas críticas ao deputado Chamonzinho, conforme relata uma pessoa que acompanhava o vice-prefeito em suas andanças.

A surpresa vem por conta das críticas que Luciano agora faz ao prefeito, seu criador.

Dias abre agora uma narrativa de que “foi abandonado” por Tião, espalhando uma versão de que se lançou pré-candidato a prefeito a mando de Miranda.

Conforme revela um secretário da prefeitura, Tião nunca disse que Luciano seria seu candidato.

“O que o prefeito fez foi estimular seu vice-prefeito e se viabilizar eleitoralmente, dando-lhe cargos e visibilidade na prefeitura para que isso ocorresse . Ele foi secretário de Educação, de Saúde, controlava a secretaria de Comunicação, além do cargo de vice-prefeito – sem falar nos anos anteriores nos quais ocupou cargos nos governos do Pará, comandando a então Secretaria de Desenvolvimento de Urbanismo e depois presidindo a Cosanpa, cargos estes indicados pelo Tião. Ou seja, Luciano  está na vida pública há 12 anos, e nesse período sua avaliação em pesquisas nunca conseguiu chegar a dois dígitos.  Qual a culpa que o Tião tem nesse processo? Nenhuma! Luciano quem demonstrou não ter habilidade para conquistar o eleitor”, diz a fonte.

E completa:

“Desde  2017, até os dias atuais, Luciano é funcionário de Tião Miranda. De repente, se vira contra seu criador, passa a apoiar uma pré-candidatura que ele sempre criticou, simplesmente por sede de poder. O que ele está revelando é inabilidade, e culpar o Tião por seus próprios erros é de uma ignorância e ingratidão sem tamanho”

A mesma opinião tem um vereador de Marabá, também ouvido pela blogueiro.

“O Luciano pode fazer tudo o que quiser, só não tem o direito de culpar o Tião Miranda pela inabilidade e inoperância dele em fazer política, cometendo erros em cima de erros. O que vai sobrar agora para o vice-prefeito é a pecha de traidor, porque alguém que acompanha o Tião há mais de 12 anos, ocupando assessorias, cargos de indicações no governo Jatene, secretarias municipais e convidado a vice, mesmo não tendo voto ou dinheiro, não pode, de repente, virar as costas pra essa pessoa.  Ou seja, em menos de um mês de indisposição política, o Luciano jogou na lama toda a história que  fez há 12 anos e está apoiando adversário direto”, diz.

 

Comemoração em almoço

O anúncio  do apoio de Luciano Dias à pré-candidatura de Chamonzinho foi oficializado nesta sexta-feira, 19, em um almoço na residência do vereador Ray Athie, em Marabá, com direito a discurso do vice-prefeito.

O blog recebeu um vídeo (assista abaixo)  registrando o encontro.

Entre os comensais, pode-se ver os vereadores Coronel Araújo (MDB), Miguelito (PDT), Aerton ´Grande´, e o próprio dono da casa, Ray -além do deputado Chamonzinho e seu pai, João Chamon, Secretário Regional de Governo do Sul e Sudeste do Pará.

No momento da gravação do curto vídeo, o vice-prefeito Luciano Dias havia saído, mas posteriormente retornou, para anunciar, em discurso, seu apoio a Chamonzinho.