O verão quer chegar naturalmente, a seu tempo lógico, mas não consegue debruçar-se na alça da estação chuvosa, demorando-se ir.

Na saudação noturna, a perna do sol segura-se forçosamente no espaço, confundindo luzes.

Ninguém sabe se o dia morre ou se brota no horizonte um alvorecer de asas escuras, ventadas do além-céu azul-cinzento.

O tempo é de chuva. O Sol ignora a tudo e paira, de repente, olhando pra orla às escuras na ribanceira da cidade.

Daqui de longe, símbolos, grades e um guarda-noite (ou guarda-chuva? Ou guarda-lua? Ou guarda-sol?) aberto, observam luzes espraiadas num estrada de água sobre praias.

Restos de inverno a demorar-se.

Prenúncio de ventos da estação da luz.

É assim o entardecer em terras tocantinas no espaço-cósmico.

Entre a chuva e o sol.