A tentativa de assalto a ônibus da Transbrasiliana próximo a Goianésia, resultando até agora na morte de quatro pessoas – podendo esse número aumentar devido ao estado grave de outras vítimas em hospitais da região – só ocorreu porque o motorista é obrigado a reduzir a velocidade do veículo próximo às pontes com lombadas construídas em grande parte da Pa-150. Os obstáculos surgiram durante a gestão dos governos do PSDB para arrefecer os efeitos da velocidade dos carros sobre as pontes supostamente de “concreto”, construídas à época.

Até hoje, a população do Sul do Pará não engole o mico aplicado pela Setrans no aproveitamento da base da estrutura metálica das velhas pontes caindo aos pedaços, sobre as quais aplicou camadas de concreto com a providencial fixação posterior de altas lombadas em cada cabeça de ponte. São esses obstáculos de cimento, os verdadeiros causadores da livre ação dos bandidos na estrada.

Por ocasião do surgimento das “obras”, experientes engenheiros denunciaram o governo tucano de torrar dinheiro (expressão politicamente usada para não bater de frente com o termo desvio de recursos) ao pagar empreiteiras na construção de tantas porcarias. E, tecnicamente, explicavam a necessidade das lombadas: sem elas, a vibração constante de carros passando em alta velocidade reduziria à pó, o concreto espalhado sobre as estruturas metálicas. Ou seja, era preciso ganhar tempo, enquanto se deliciavam consumindo dinheiro excedente de obras pagas abaixo dos preços anunciados nas placas exaustivamente espalhadas ao longo da Pa-150.

De lá pra cá, centenas de vidas se perderam acidentadas na cabeça das pontes com seus protetores criminosos, e a indústria dos piratas de rodovia passou a ganhar musculatura até se transformar num dos negócios mais rentáveis, à custa de vidas e da integridade física de inocentes motoristas e passageiros.

A pergunta: o governo do PT vai acabar com os perversos alçapões, construindo pontes verdadeiramente de concreto e sem as lombadas parceiras do mundo criminoso?