Da lavra de Josias de Souza:

 

Aprende-se de menino que a oração é feita de dois elementos fundamentais: sujeito e predicado. O sujeito, sofre ou pratica a ação. Predicado é o que se diz dele.

Aplicando-se a lógica da sintaxe aos processos abertos no STF contra poderosos da República, verifica-se o seguinte:

Personagens de predicados duvidosos viram sujeitos ocultos. Não se chega aos acusados senão por dedução.

Há casos em que o sujeito é indeterminado. Nem por dedução consegue-se descobir os nomes dos autores de atos impudicos.

Deve-se o esconde-esconde dos sujeitos a uma decisão do ministro Cezar Peluso, presidente do Supremo.

Por ordem de Peluso, o STF passou a sonegar os nomes dos acusados de cometer crimes. Divulgam-se apenas as iniciais dos réus e investigados.

Adotada como exceção, para os autos que corriam em segredo de Justiça, a regra tornou-se geral.

Pesquisa feita pelo repórter Felipe Recondo em 200 processos revela que 152 autoridades sob suspeição têm os nomes protegidos.

Por exemplo: Jaqueline Roriz (PMN-DF), pilhada em vídeo apaupando verbas sujas, é ocultada no site do STF atrás de três letras: JMR (Jaqueline Maria Roriz).

Ou seja: não bastasse cultivar o mau hábito da lentidão, o STF resolveu sonegar à platéia até o direito à análise sintática das oraçõe$.

Se o Supremo fosse feito de lógica e transparência faltaria matéria prima.