A partir de informações contidas no Censo Agropecuário e na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estudo recente traça um panorama da evolução das transformações no meio rural brasileiro.

Elaborado por Rodolfo Hoffmann, professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (IE/Unicamp), o trabalho tem como objetivo analisar a evolução recente da distribuição da posse de terra no país, considerando os problemas de comparação dos dados do Censo Agropecuário – o de 1995/96 teve como referência o ano agrícola, enquanto que os demais analisados tiveram o ano civil como período de referência. A pesquisa também buscou analisar as mudanças nas principais características da distribuição das áreas dos empreendimentos agrícolas e da desigualdade de renda no setor primário, por meio da PNAD, usando sempre o mês de setembro como referência.

A análise dos Censos Agropecuários desenvolvida no livro confirma a conhecida e elevada desigualdade da distribuição da posse da terra entre estabelecimentos agropecuários no Brasil. Como exemplo, podemos observar o índice de Gini dessa distribuição.

O índice de Gini é um indicador de desigualdade muito utilizado para verificar o grau de concentração de terra e da renda. Varia no intervalo de zero a 1, significando que quanto mais próximo de 1, maior é a desigualdade na distribuição e, quanto mais próximo de zero, menor é a desigualdade. O índice de Gini da distribuição da terra é igual a 0,86 em todos os Censos analisados. Em 2006, os 50% menores estabelecimentos ficam com apenas 2,3% da área total ocupada, ao passo que os 5% maiores ficam com 69,3% da área.

Quem quiser se aprofundar no assunto pode obter o livro através de download disponibilizado no portal NEAD.