Prezados companheiros, por mais que o presente momento seja de intensa emoção, precisamos nos manter no “FOCO” deste ideal, tão sonhado pelo povo de Carajás e Tapajós. Por isso, vamos refletir antes de externarmos nosso sentimento de “não aceitação”, para que o mesmo não nos leve a situações de puro constrangimento. Temos nossos argumentos registrados, documentados e bem lembrados pelos mais necessitados. Mesmo não concordando com o que nos foi proposto, mesmo discordando das ideias diversas das nossas, precisamos pregar o legado do amor e respeito ao próximo, a começar pelo respeito de opinião, já que a própria liberdade de expressão, tão sonhada por muito tempo, também foi uma conquista à custa de muitas lágrimas. Portanto, desde já, peço desculpas pelos meus excessos, afinal, nunca é tarde para se retratar. Peço também meus amigos, para deixarmos questões pessoais de lado. Não precisamos, nem podemos atacar com hostilidade, mas podemos e devemos continuar fieis a esse IDEAL verdadeiramente humano.

 

 

Texto acima foi publicado nesta terça-feira, 13, no perfil do Face da  Lívia Rodrigues Mesquita, exortando a militância à racionalidade e respeito ao resultado da consulta – que ela tanto batalhou pelo Sim.

Lívia foi uma das guerreiras da campanha plebiscitária.

Determinada, brigona – sem perder a ternura – efervescentemente lincada 24 horas na luta pela criação de Carajás – Lívia não parou um dia sequer de pautar sua agenda (na foto, liderando passeata pelas ruas de Marabá).

 


Surfava com inusitado fôlego na mobilização de feicistas, transformando o perfil dela um dos mais bombados – porque mandava ver em todos os grupos criados na rede social a favor da divisão.

Em meio ao intenso tiroteio da campanha plebiscitária, Lívia procurava manter a disciplina do rígido tratamento de saúde, fazendo viagens sistemáticas a Goiânia, programadas pelos médicos que o acompanham há quase um ano.

“Fiz muitas amizades e inimigos, durante a campanha”, conta, em mensagem enviada do Goiás, onde já se encontra para se submeter à nova sessão de tratamento, depois de pegar a estrada, dia seguinte ao plebiscito.

Jovem, bonita, idealista, formada em Direito, Lívia sonha com o Sul do Pará mais justo.

Quer percorrer estradas em boas condições de trafegabilidade; imagina ser atendida em bons hospitais, e “confiar nos diagnósticos laboratoriais” de nossas cidades paraenses.

Lívia visualiza coisas simples: quer ser feliz na cidade onde mora, com ruas pavimentadas e limpas, becos iluminados, praças conservadas, colégios com o mínimo de equipamentos educacionais, essas coisas.

Ao acompanhar a aguerrida atuação de Lívia nas redes sociais, o pôster teve a nítida impressão de estar diante de uma militante palestina, daquelas que pegam a arma e vai à luta, sem medo de ser abatida na próxima esquina.

Sem titubear, sem dúvidas e nem receios,  Lívia provava que ama a causa, sem hora pra parar – , absolutamente convicta de que a bandeira por ela tremulada lhe daria um sentido de vida.

A musa do plebiscito só quer ser feliz na região onde escolheu para morar, com o mínimo de dignidade.

Ela tem uma história de vida merecedora de livro, pelo tanto que já apanhou, nova ainda. “Deus conversa conosco por diversas formas. Às vezes, despercebido.. . Mas quando certas situações acontecem (boas ou ruins), e você vai juntando, fazendo com que façam sentido -, tudo muda e seu valores passam a ser outros..”, reflete, ao contar porque estampa essa visão, nos dias de hoje.

O blogger não conhece Lívia, pessoalmente, mas já se encantou com sua história, sua convicção de que “a vida é bela, de verdade – desde que sejamos tratados com dignidade”.

Para quem já passou mais de três horas refém de bandidos fortemente armados, dentro de um carro usado para assalto na cidade de Marabá, submetida a todo tipo de humilhação, e sentir a mão de Deus segurando a sua no momento mais desesperador, a vida é bela, sim.

Tão bela quanto a celebração do prosseguir, pois a necessidade de passar por um tratamento, depois do trauma ocasionado pela violência urbana, casualmente, lhe permitiu descobrir a doença num dos exames de rotina.

O ato tresloucado nas mãos da bandidagem teve a salutar preciosidade de lhe contemplar o descobrimento a tempo da enfermidade. Se fosse diagnosticada pelo menos dois meses após o ocorrido, talvez não chegasse ao termo da cura atual.

“Deus conversa conosco por diversas formas”, ensina Lívia – nossa musa abençoada.

No fundo, no fundo, a bela moça se rebela contra a intolerância do subdesenvolvimento, querendo celebrar, unicamente, a paz da vida digna – que, comemoremos, depende, sim, da força, da persuasão e da tolerância de mulheres como ela. E do desejo profundo de não mais chorar por suas dores.

Carinhosamente, o blog presta esta homenagem a Lívia, inspiradora presença do Sim, como celebração de vida.

 

Á direita, Lívia, empunhando a bandeira do Sim, ao lado de amiga militante