Foi emocionante, gostoso ver de perto, bom pra dedéu.

Funcionou assim tipo tratamento terapêutico da alma chafurdada diante das injustiças que parte da população rural da região do Bico do Papagaio vivia desde a década de 70.

Quando a quebradeira de coco Adalgisa Moraes da Silva, 76 anos, esposa de Frederico – humilde castanheiro à época, espancado pela ditadura sob falsa acusação de pertencer ao movimento guerrilheiro -, recebeu das mãos de Tasso Genro (foto Agência Pará) a portaria da anistia política, acompanhada da automática indenização, meninos, eu chorei, caladinho num canto da praça, sob o forte sol clareando bem mais a cena.

Foi Adalgisa quem deu a terceiros um de seus filhos que teve com o marido porque não tinha condições de criá-lo, vivendo sozinha, depois das sessões de tortura nas quais submeteram seu companheiro nas improvisadas dependências do DOI-CODI, em Marabá e em pontos diversos da rodovia Transamazônica, recém inaugurada.

Eu conheço a história de Adalgisa e Fred.

Eu conheço as histórias de Abdias Soares, Alda Ribeiro, “Barbadinho” – amigo do peito de ‘Osvaldão’ -, Creuza Nunes, Manoel da Mata, Pedro Borba, e tantos outros.

Histórias contadas aqui.

Histórias de gladiadores tupiniquins. Gente nossa que sabe descascar ouriço de castanha, caçar caititu e pescar nos igarapés.

Lula, mais uma vez, faz reparação moral de verdadeiros brasileiros.

Nota: ainda falta julgar 191 processos de pedidos de anistia política referentes à Guerrilha do Araguaia protocolados por militantes e camponeses.

Nota 2: E os militares e agentes torturadores, permanecerão anistiados?