O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) está investindo na mineração de manganês no Estado do Pará.

Barros é autor do requerimento que aprovou o caráter de urgência do Projeto de Lei 191, que libera a mineração em terras indígenas, em março deste ano.

Conforme fonte de Brasília, em contato com o blogueiro,  Barros abriu uma empresa chamada RC6 Mineração, no Paraná, dois dias antes de ser nomeado líder do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) na Câmara dos Deputados.

Isso ocorreu em 12 de agosto de 2020.

Embora cite “mineração” em seu nome, a inscrição da empresa na Receita Federal diz que a atividade principal da RC6 Mineração é a fabricação e envase de água mineral.

Já em março deste ano, a companhia de Barros passou a compor o quadro societário da empresa Sulpar Mineração, fundada no final de março deste ano com sede em Marabá, no Pará.

Como todos sabem, Marabá  é alvo da ação de garimpeiros que exploram manganês de forma irregular.

A atividade econômica principal da Sulpar, segundo dados da Receita, é justamente a extração de manganês e o comércio de minerais.

Um dos sócios da organização é Giovanni Ribeiro Amorim.

Ele é dono de mineradoras no Pará e em Minas Gerais, que exportam  manganês para o exterior.

Além disso, é o único proprietário da GR Amorin Minerais, empresa com capital social de R$ 1,5 milhão, que apoia a extração de minerais metálicos não-ferrosos.

Entre 2018 e 2021, a empresa submeteu 12 requerimentos de mineração à Agência Nacional da Mineração (ANM) para explorar manganês, ouro, cobre e ferro no subsolo de áreas próximas de Terras Indígenas (TIs) no leste do Pará.

Dez das 12 requisições já estão em tramitação avançada, com autorização de pesquisa já outorgada pela ANM.

Uma das áreas que a Sulpar quer explorar está localizada a apenas 10 quilômetros da TI Trincheira Bacajá, onde vivem cerca de 800 indígenas Mebêngôkre Kayapó, Mebêngôkre Kayapó Kararaô e Xikrin (Mebengôkre).

Outra área próximo é a TI Apyterewa, também habitada por 800 integrantes do povo Parakanã.

A região também é alvo da invasão de grileiros e nem a presença da Força Nacional inibe a ação dos invasores.

 

Uma terceira terra indígena próxima aos projetos de exploração mineral da empresa é a Parakanã, habitada por mil indígenas.

 

O blogueiro entrou em contato com a assessoria de Ricardo Barros e com a GR Amorin Minerais para um posicionamento, mas não teve retorno até o momento da publicação desta matéria.