Deve ter área de atuação bem mais longa do que se pensava inicialmente, a organização criminosa desbaratada pela Polícia Civil do Pará, através da chamada operação “Double Check”, realizada ontem em Marabá.

No município, foi cumprido mandado de busca e apreensão contra Alexandre Gomes da Silva, acusado de participação no esquema criminoso.

A investigação identificou que os acusados instalaram dispositivos que tornavam vulneráveis os sistemas informatizados da empresa vítima, a fim de obter acesso às assinaturas de funcionários necessárias para o acesso de contas bancárias.

Há mais pessoas envolvidas nos atos criminos0s residentes em outros Estados, conforme  revelam as primeiras descobertas na investigação, que  identificou que foram feitas doze transferências para contas de “passagem”, nas quais cada beneficiário recebeu cerca de R$ 500 mil. A Polícia estima que a fraude provocou um prejuízo financeiro na ordem de R$ 4 milhões.

A investigação também identificou que os integrantes da organização criminosa haviam aberto recentemente empresas de fachada, com o intuito de criar contas bancárias vinculadas a pessoas jurídicas, o que facilitou o recebimento e a rápida diluição dos valores, impedindo que os bancos promovessem o bloqueio das transferências.

Com essa manobra, que ocultava o proveito criminoso, os investigados incidiram na prática delituosa de lavagem de capitais.

O delegado-geral da Polícia Civil, Walter Resende, reforçou a atuação da Polícia Civil no combate a crimes no Pará. “As polícias civis do país inteiro estão estreitando laços para combater crimes cibernéticos e a Polícia Civil do Pará está atuando e se atualizando as melhores técnicas disponíveis para combater esta prática e proteger os cidadãos”, ressaltou.

Segundo o delegado Jean Carlos Zuliani, coordenador da operação e titular da DRCC-PCDF, a organização criminosa era especializada na prática de furto mediante fraude bem como lavagem de dinheiro.