O Ministério Público Federal (MPF), recomendou ao Ibama a suspensão e a revisão da atual licença ambiental da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Isso significaria que a construção, erguida a um custo de aproximadamente R$ 30 bilhões, não deve mais operar com a sua potência máxima.

Segundo Thais Santi – procuradora que subscreveu o documento com outras 17 pessoas -, afirmou em entrevista à Folha de São Paulo que: “após ampla investigação, o MPF está convencido de que Belo Monte foi construída sem avaliação prévia da quantidade de água que poderia ser desviada do rio Xingu e que o rigor hídrico que se pretende impor inviabilizará a vida na região”.

O documento foi protocolado na última sexta-feira, 30. O Ibama agora tem no máximo 20 dias para responder ao MPF. Caso a recomendação não seja aceita, a Procuradoria deve ingressar com uma ação judicial.

Pesquisadores apontam que algumas espécies estariam desaparecidas ou quase extintas do rio Bacajá. Trata-se de um afluente do rio Xingu e isso teria acontecido a partir da construção da usina de Belo Monte.

Além disso, especialistas preveem um impacto ambiental devastador no entorno do território xikrin e de outros povos por causa da vazão de água reduzida e do fim do pulso natural de cheia e seca. Tudo teria sido modificado a partir da concepção da usina.