Salobo derrama produtos químicos em lagos, rios e igarapés de Marabá.
Salobo derrama produtos químicos em lagos, rios e igarapés de Marabá.

A Justiça Federal abriu dois processos por crimes ambientais contra a Salobo Metais, projeto de mineração de cobre da mineradora Vale em Marabá, no sudeste do Pará. O Ministério Público Federal (MPF) acusa a Salobo de poluir e desmatar ilegalmente áreas de floresta.

Caso condenada, a Salobo pode ser obrigada ao pagamento de multas e pode ficar proibida de contratar ou receber incentivos financeiros do poder público, além de ter que promover a prestação de serviços comunitários.

O MPF, que ajuizou as ações em janeiro deste ano, teve oficialmente acesso à informação sobre o recebimento das denúncias nesta sexta-feira, 18 de março. O juiz da 2ª Vara Federal em Marabá, onde tramitam os processos, é o juiz federal Heitor Moura Gomes.

As ações relatam danos provocados à floresta nacional do Tapirapé-Aquiri, localizada em Marabá, São Félix do Xingu e Parauapebas. Segundo a procuradora da República Nathália Mariel Pereira, no primeiro semestre de 2015 houve derramamento de 1,5 tonelada de produto químico (nitrato de amônio emulsionado) no solo e águas da floresta, desmatamento ilegal de 5,4 hectares de mata e descarte incorreto de materiais, inclusive de resíduos contaminados com óleo.

As irregularidades foram praticadas por empregados da Salobo e detectadas por agentes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Para reduzir a poluição provocada pelo nitrato de amônio em um córrego, os fiscais chegaram a ter que improvisar barreiras de contenção no local.

Florestas que restam no município de Marabá sofrem intervenção devastadora do Salobo, projeto da Vale encravado no território marabaense.
Florestas que restam no município de Marabá sofrem intervenção devastadora do Salobo, projeto da Vale encravado no território marabaense.