O Jornal Pessoal da segunda quinzena do mês de setembro já está nas bancas.
Principais manchetes da edição:
1- Meio século esquecido
2- Piloto de Hitler
3- Política
Dividir pra quê?
De que serve dividir o Pará, o segundo maior Estado do Brasil, para torná-lo mais administrável, se o modelo de desenvolvimento continuar o mesmo, velho de quatro décadas – e eficiente, até hoje, mas contra o Pará? Quem levou a esse resultado, vai querer mudá-lo?
Lucio Flávio
30 de setembro de 2011 - 17:27É um grande jornalista. Nossa melhor referência no Pará, sem sombras de dúvidas. Mas não quer levar em conta as novas assimetrias geradas pelo economista Célio Costa que está à frente de uma grande equipe de trabalho. Quanto ao modelo concentrador, este detalhe merece debate. Qual seria o modelo melhor que esse? Onde ele é aplicado. O Idesp e a Sepof já disponibilizam estudos mostrando que o custeio da máquina estadual em 2010 consumiu na região de Carajás R$ 840 milhões. No Tapajós, R$ 433 milhões. O orçamento estimado para Carajás é de R$ 5,8 bilhões, sete vezes o que o Pará gastou na região. Onde está o modelo concentrador? SEFA/IDESP produziram outro estudo que está à disposição dos jornalistas, informando que o´Novo Pará vai ficar com 66% do ICMS e 55% do PIB. Onde está o modelo concentrador? O IBGE ratifica estes dados afirmando que o Novo Pará vai ficar com mais da metade da riqueza produzida no estado. Onde está o modelo concentrador? No texto de Lucio ele afirma que o Pará, redefinida suas fronteiras, seria o 19º em superfície. E daí? Ainda assim seria maior do que o Rio de Janeiro e de 12 estados brasileiros. Admiro o Lucio. Com ele à frente de nossa chapa, mudamos os rumos do sindicato dos jornalistas nos anos 80. Mas não o parabenizo pelas colocações recentes à respeito de sua idéia a respeito do Carajás. Lucio não leva em conta, por exemplo, aquilo que o deputado João Salame destacou em sua entrevista a Mauro Bonna em seu último programa. Quem assistiu, sabe do que estou falando.
Abraços,
Agenor Garcia
Jornalista.
Chagas Filho
30 de setembro de 2011 - 10:15Caro Hiroshi. É difícil a gente ouvir de alguém de Belém bons argumentos para o “NÃO”, mas o Lúcio Flávio Pinto (só ele mesmo poderia) resumiu bem. Não adianta dividir e manter o mesmo modelo concentrador.
Sou marabaense da gema; nasci no centro do centro da Marabá Pioneira, mas não sou a favor da divisão.
No entanto, algumas ressalvas precisam ser feitas.
Nossos irmãos de Belém precisam largar os discussos patriotéricos vazios.
Essa história de Mangueirão lotado. Pára com isso! Independente de divisão territorial, o estádio ficaria lotado e todos cantaríamos juntos o Hino Nacional.
Outra coisa: grandeza física. Sai daí! Do que adianta ter um estado grande e miserável.
O que mais revolta a população daqui, além do descaso histórico, são esses argumentos ocos.
Sou contra, mas não por causa dessas bobagens. Sou contra por outras razões, principalmente aquela citada pelo Lúcio Flávio.
Mas acho que o grau de politização da maioria de nossos amigos da capital ainda é muito baixo. Tem gente que acha que a divisão vai ser feita com um muruo de concreto. É uma pena.
Aquele abraço.
Anônimo
30 de setembro de 2011 - 00:01Pois é seu menino das 16:38,e voce acha que separando vai fazer tudo isto?Acorda sumano,vai botar muito malino no poder.Se estamos ruins nas baixadas e desassistidos no sudeste do atual Pará,um passe da mágica vai transformar os mandões(a não ser que voce seja um deles disfarçado) e serão honestos para sempre e nós povo felizes eternamente?Ainda bem que a maioria está atenta para aventuras que podem dar com burros n´agua.O Brasil está com problemas nos estados pequenos(ex:Alagoas,Sergipe)médios(Maranhão),muita miséria,saúde aos cacos,educação péssima e segurança pior,e a solução é dividi-los?NÃO E NÃO.O que eu quiz dizer e disse é que esta pseudo solução é inócua e só será boa para empreiteiras e políticos associados a elas.O povo continuará com seus filhos sem assistencia como na periferia de Belém,Ananindeua,Marituba e etc enquanto o governador do Carajás,familiares e seus asseclas irão para S.Paulo por qualquer dor de barriga.Os filhos dos ricos irão estudar em faculdades particulares de preferencia fora daqui e ao se formarem não virão cantar o hino Nacional conosco e sim no Maracanã.Precisamos,eu e voce(se não tiver conflito de interresse) parar de dar corda para gente ruim e ir para a rua falar com GENTE e expurgar estes lalaus dos cargos públicos.
VOTO SIM 77
29 de setembro de 2011 - 16:38Anonimo das 10:14,
Foi mesmo de arrepiar. Mas arrepiar mesmo é quando podermos tirar das baixadas de Belém, 2/3 da população, aquela gente sem água, sem saneamento básico, sem escolas, e à mercê da violência no Guamá, Terra Firme, Matinha, Benguí. De arrepiar mesmo, será quando o dinheiro que deixaria de vir pro sul/sudeste/oeste do Pará, for aplicado na Guajarina, Salgado, Bragantina e Marajó. Pra tirar aquela gente dos piores índices de desenvolvimento humano do Brasil e promover aquela gente a uma vida digna. Aí, SIM, vamos arrepiar de emoção. Não há governabilidade, desde os tempos de Magalhães Barata que não se faz nada pelo povo do interior. carimbó, lundu, brega romântico, sem emprego, estradas, escolas, segurança, dignidade, não adianta nada seu menino. Acorda, a criação dos novos estados será bom para todos.
karla Maues
29 de setembro de 2011 - 15:18Lucio Flavio Pinto em seu Jornal Pessoal, fala sobre o desmembramento de uma forma absolutamente didatica e sensata. Atrevo-me a reproduzir abaixo algumas das citações. Essas leituras deveriam ser obrigatorias nas escolas de nosso Estado. tamanha importância e riquesa de detalhes:
– ” O Pará que remanescerá dos dois projetos de redivisão tem 60% da população total do antigo Estado, o que pode ser o suficiente para definir a votação. Maciça maioria nesse território votará contra o retalhamento, que acaba com uma das bandeiras seculares do Estado: sua grandeza física, um aval ao qual os seus habitantes esperam sempre poder recorrer para sacar suas esperanças de futuro. Do 2º lugar, abaixo apenas do Amazonas, o Pará que sobraria da redivisão se tornaria a 19ª unidade federativa nacional”
– Esse Pará, com apenas 20% da sua área original, ficaria com 60% da população, privado do antigo capital de recursos naturais estocados para viabilizá-lo. Com boa parte do seu território já desmatado e exaurido, teria que refazer sua definição, mais se assemelhando a um Estado da faixa de transição entre o Nordeste e a Amazônia, como o Maranhão. A utopia do futuro grandioso desapareceria. De resto, também para Carajás, vítima maior do desmatamento recente.
– ” Carajás, resultante de iniciativa do senador Mozarildo Cavalcante, que nunca se sensibilizou pelas raízes de Roraima, o Estado que representa no parlamento, consolidará a transformação da paisagem amazônica em sertão, despojando-a do que sobrou de floresta nativa por um processo de desmatamento avassalador.
– ” Com 718 mil quilômetros quadrados, o proposto Estado do Tapajós será o terceiro maior do Brasil, inferior apenas ao Amazonas e a Mato Grosso. Com 16% da população atual do Pará e 57% do seu território, terá uma densidade demográfica apenas maior do que a de Roraima, equivalente à do Amazonas, quatro vezes menor do que a paraense de hoje. Como Santarém poderá dar a essa vasta jurisdição um tratamento melhor do que o dispensado pelo atual Pará?”
Parabéns pelo texto Lucio! Nós nos orgulhamos muito por seres um PARAENSE da gema!
Por estas razoes vou votar NÃO 55 e NÃo 55.
Fiquem em paz!
Anônimo
29 de setembro de 2011 - 10:14Hiroshi
Mano velho,voce viu e ouviu o Mangueirão inteiro cantando o hino?Que bonito,o menino Neymar enxugou as lágrimas e o gauchão Mano ficou de olhos vermelhos.Lí que o R9 que estava em Belém falou que nunca viu tal coisa.Nestes momentos eu me orgulho de ser paraense,mesmo com todas as mazelas que possamos viver.Passo na lembrança todas as imagens que já os meus cansados olhos viram pelos rios,praias e cidades.Meus ouvidos um tanto moucos ouviram nos carimbós,lundus,e até os bregas romanticos que ainda ouço”-Ao pôr do sol,eu vou te dizer,que o nosso amor não pode morrer- “Prá que dividir esta cultura mesclada de imagens e sons?É claro que podemos e devemos refazer nossos caminhos de atuação socio política no extenso território de nosso belo e emocionante Pará.Mas não vejo que a divisão seja uma premissa para a evolução.Perdoe o desabafo sincero.