Falecido semana passada, o agrônomo Jorge Iaghi Salame foi uma daquelas figuras humanas que por aqui passou sem ter notícia de que tenha cometido alguma grosseria ou desejado o mal a alguém.

Sempre risonho, por onda transitava, Jorge conquistava as pessoas, era admirado por quem o conhecia e um pai de família dedicado aos seus.

Este blogueiro  gostava de conversar com Jorge, ouvi-lo falando mansamente.

Ficávamos bom tempo se se ver, mas quando o encontro ocorria, o papo demorava.

Como da última vez.

Como ele bem disse, na casa de seu primo João Salame, ex-prefeito de Marabá, quando nos abraçamos demoradamente, fazia mais de ano estávamos desaparecidos, um do outro.

Um jantar de João com cardápio exclusivamente da culinária árabe, reuniu amigos e a colônia libanesa em Marabá.

Foi uma noite maravilhosa, na qual Jorge Salame fez um discurso relembrando familiares e tantas histórias que ele sabia contar gostosamente

(A foto de Jorge acima foi feita no jantar oferecido por João Salame)

Senti muito a perda de Jorge.

Abaixo, reproduzo homenagem que seus irmãos fazem à memória do saudoso familiar.

 

Homenagem a Jorge Salame

Jorge Iaghi Salame, o segundo dos onze filhos do casal Farid Salame e Antônia Iaghi Salame, companheiro por mais de quarenta anos da Enfermeira Domingas Aquino Lobato, faleceu em 15.08.2022, aos 73 anos, de enfarto, deixando os filhos Jorge Iaghi Salame Junior e Marcelo Iaghi Salame Sobrinho e a filha Jorgeane Lobato Iaghi Salame. Além de uma neta de 08 anos, chamada, Marine, que ele apelidava carinhosamente de pirulito.

Jorge era formado em Agronomia pela antiga Ficap, em Belém, atual Ufra-Pa, turma de 1973. Foi Secretário de Terras da Gestão Nagib Mutran Neto, foi Coordenador da SAGRI em Marabá por duas vezes, proprietário de lava a jato, sócio-proprietário de empresa de Assistência Técnica Rural e pecuarista. Foi um dos fundadores e dirigente do Sindicato Rural de Marabá, sendo um dos idealizadores da Expoama, feira agropecuária de muito sucesso hoje no Pará. Também foi um dos fundadores e Presidente por duas vezes, do Lions Clube de Marabá. Nos últimos anos, por ter o dom da oratória e uma mente privilegiada, pois era muito comunicativo, atuava como mestre de cerimônia, onde muitas vezes fazia, pelo prazer de estar naquele evento.

Apreciador do bom futebol, Jorge era torcedor do Remo, Santos e Flamengo e foi ponta-direita do Bancrévia em Marabá, e goleiro do time da faculdade, nos anos 70.

Onde estava, Jorge se mostrava um líder nato, organizando o local, contando histórias , fazendo amizades, além de ser um grande apaixonado por festas, churrascos, aniversários, casamentos e formaturas. Ele sempre trazia alegria onde estivesse, além de ser exímio cozinheiro.

Apesar de ter personalidade forte, e ser opinioso, seu lado humano sempre falava mais alto, quando se tratava de ajudar as pessoas, principalmente aquelas enfermas. Conseguia consultas, internações, cirurgias, só pelo prazer de ajudar. Também não deixava de dar apoio às famílias enlutadas, nos velórios de amigos e conhecidos, sempre levava seu terço para rezar pela alma do falecido. Conforme dizia, Jorge foi em mais de 3000 velórios. No dia de finados, chegava a visitar em torno de 50 túmulos, de parentes e amigos falecidos, onde acendia velas e rezava.

Em família, Jorge sempre foi apaixonado pelos pais, irmãos, esposa, filhos, cunhadas, noras, sobrinhos, sobrinhas e parentes. Nas reuniões de família, onde sempre foi um grande anfitrião, tinha prazer em receber a todos em sua casa, ligando para cada um e exigindo sempre a presença de todos. Quando alguém faltava, era motivo de tristeza. Os amigos próximos ele já considerava da família.

Jorge era muito religioso, católico atuante, era devoto de N.S. de Nazaré, Madre Paulina, São Jorge, São Félix e N. S. Perpétuo Socorro. Nas festividades religiosas na nossa região, Jorge, muitas vezes, atuava como leiloeiro voluntário.

Na sua simplicidade, nunca se preocupou em usar roupa de marca, ter carro do ano ou morar em mansão.

Jorge foi um segundo pai para os irmãos e irmãs, pai amoroso e cuidadoso para os filhos, bom esposo, cunhado, tio e avô apaixonado. Era conciliador, agregador, alegre, tinha prazer em tratar bem as pessoas. Vai deixar muitas saudades.

Jorge deixa um legado de amor, altruísmo, simplicidade, honestidade, honradez, justiça, parceria, solidariedade, liderança, amizade, alegria e união.

Por fim, quero citar Mateus 4.4, que ele sempre lembrava em todas as reuniões: “Nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra proferida pela boca de Deus.”

Descanse em Paz, meu irmão. Você morará sempre em nossos corações.

Em nome da viúva Domingas, dos filhos Marcelo e Junior, da filha Jorgeane, neta, irmãos, irmãs, cunhadas, noras, sobrinhos, sobrinhas e parentes, gostaria de agradecer a presença de todos.

Que Deus abençoe a vida de cada um e tenha o Jorge em um bom lugar.