Em Belém, nesta terça-feira, 15,  o secretário adjunto da Sedeme (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico), Carlos Ledo, recebeu um grupo de meliponicultores (criadores de abelhas sem ferrão) levados à audiência através do Gerente de Núcleos da Prodepa, João Salame, ex-prefeito de Marabá.

Os produtores de mel lutam  pela aprovação de um projeto de lei que regulamenta a atividade no Estado, cuja tramitação está paralisada desde 2018.

– “Reunião foi solicitada pelos meliponicultores com objetivo de somar esforços políticos para poder garantir a regulamentação da profissão. Em relação à cadeia produtiva, existe um tipo de abelha no Pará, a Uruçu, de alta qualidade, cujas  matrizes foram levadas para disseminação no estado de São Paulo, que contempla os produtores locais com uma lei específica que regulamenta a atividade”, explica Salame.

Em razão dos produtores de mel paulistas serem protegidos por lei, os importadores chineses, por seu turno, estão comprando diretamente  dos meliponicultores paulistas, que criaram um monopólio nacional da produção beneficiados pela lei estadual, conta João Salame.

 

-“ O produtores paraenses do mel uruçu poderiam estar participando dessa fatia do mercado, mas os chineses ignoram a qualidade e o estoque local por causa da inexistência de uma lei específica. Em razão disso, no Pará, a cadeia produtiva da Meliponicultura  é ilegal. Não há uma lei que a ampare”, adianta Salame.

 

A meliponicultura movimenta a economia de muitos municípios  de forma sustentável ao estimular a preservação das abelhas e o equilíbrio ecossistêmico com o serviço de polinização prestado às plantas nativas.

Nesta quarta-feira, 16, João Salame deverá levar  o mesmo grupo de meliponicultores para uma reunião com o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca,  Alfredo Verdelho.

-“Já existe uma lei tramitando na Assembleia Legislativa que estaria aguardando um parecer técnico da secretaria, para que ela possa ser aprovada”, explica Salame.

A mobilização de Salame junto aos órgãos do Estado tem esse sentido:  articulação para  viabilizar a manifestação do Governo do Estado para o projeto de lei, e depois viabilizar junto ao presidente da Assembleia Legsilativa a aprovação da lei.

Depois da etapa de regulamentação da cadeia produtiva, João Salame já se comprometeu com a classe de meliponicultores trabalhar um encontro  com a diretoria do Banpará.

-“Precisamos do apoio do Banpará para liberação de incentivos para o desenvolvimento da Meliponicultura  no Estado. Com financiamento do Estado, esse produto da Amazônia se tornará conhecido e comercializado para além as fronteiras locai. Esse mel der abelha sem ferrão  traz muito mais que um sabor diferenciado. Ele agrega preservação ambiental e organização social das comunidades tradicionais envolvidas. É abertura de mercado para um produto diferenciado e garantia de renda e organização para as comunidades”, finalizou Salame.

Na reunião desta manhã com o secretário Adjunto da Sedeme, além de João salame, marcaram presença a presidente da Associação dos Meliponicultores de Santarém, Belterra,  Adcléia Pereira Aires; presidente dos Produtores de Mel de Igarapé-Açu; Associação dos Criadores de Abelha de Bragança; técnicos da Embrapa, professora da UFRA, Wilza Pinto, além de outros convidados.