Em post publicado nesta sexta-feira, 20, no seu perfil do Facebook,  governador Simão Jatene se indigna com a transformação do atraso nas obras de recuperação da ponte sobre o Moju em questão política.

No embalo, ele explica as razões do atraso.

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Amigas e amigos,

Apesar de já ter tratado desse assunto, recorrentes referências feitas a ele me indicaram a necessidade de voltar ao mesmo. Refiro-me à questão da reconstrução da ponte do Moju. Inicialmente, quero informar que encerramos recentemente a primeira etapa do projeto, a qual, lamentavelmente, extrapolou em muito as previsões iniciais que me foram apontadas pela equipe técnica.

Aproveito para esclarecer que, contrariando certos comentários ou tentativas de politizar a questão, tal atraso, ainda que me desconforte bastante aceitá-lo, deveu-se única e exclusivamente por razões de natureza técnica, pois, embora tenhamos empresas com larga experiência na construção de pontes – o que demonstra, inclusive, a recente e bonita ponte sobre o rio Capim, inaugurada ano passado – não se tem notícia de casos de reconstrução, especialmente desse porte, o que tem sido um desafio para todos. E muitos sabem que reconstruir, às vezes, é mais complicado que construir.

Por outro lado, assim como sou capaz de entender que para a população de Moju e da região, bem como para os usuários que dependem da travessia para concluir sua viagem, o transtorno das filas transforma horas em séculos, desafiando a paciência – e, mais uma vez, lamento e peço desculpas por isso – custo a acreditar que alguém de boa fé possa pensar que um governo que está investindo, aproximadamente, 500 milhões de reais para reconstruir a PA-150 – e todos lembram como estava a estrada – não tenha todo interesse em acelerar a reconstrução da ponte, até pelo natural desgaste, inclusive político, que a situação provoca.

Desse modo, não posso deixar de alertar as pessoas de bem, das manobras que tenho visto por parte de grupos políticos derrotados e sem escrúpulos, tentando se aproveitar da natural insatisfação e desconforto de pessoas de boa fé, para tumultuar mais um quadro que, apesar de nos desagradar a todos, por razões que não dependem da nossa vontade, tem que seguir um certo curso e ritmo.

Amigas e amigos, o que talvez alguns não saibam é:
1. Que se fez necessário reforçar praticamente toda estrutura da ponte para evitar que ela desabasse por completo.

2. Que avaliações e reavaliações foram feitas até que se chegasse ao caminho crítico apontado como mais seguro, para realizar a obra de reconstrução, que alcançará 240 metros e não apenas o vão diretamente destruído, conforme pensado originalmente.

3. Que a retirada das duas peças que estão penduradas, e pesam 190 toneladas cada, apesar de parecer simples para alguns, exigiu que se projetasse e fabricasse, em São Paulo, um equipamento específico para tal, o que implicou em um tempo bem maior que o estimado inicialmente. As fotos desta postagem ilustram o equipamento sendo fabricado em São Paulo e a chegada de uma parte dele no local da obra, cujo transporte é feito em três grandes carretas. (foto abaixo)

Moju

4. Que o pilar destruído caiu exatamente no local em que precisa ser instalada uma balsa para dar suporte a retirada das partes elevadas comprometidas. E a ideia de implosão, prevista inicialmente, foi progressivamente sendo desaconselhada à medida que se aprofundavam os estudos da situação. Assim, conquanto respeite as opiniões diversas, conforme mencionei em postagem anterior, nenhuma motivação e manipulação política me fará contrariar a orientação técnica, colocando em risco operários e/ou usuários da ponte, até porque qualquer pessoa de bom senso há que reconhecer que nos últimos anos, além de se intensificar o tráfego na área, tem aumentado significativamente o volume e mudado o perfil da carga transportada, exigindo mais e mais das estradas e pontes.

Nesse sentido, apelando mais uma vez pra compreensão de todos, determinei que, diante da previsão de conclusão das obras em mais dez meses, que não se poupe esforços para amenizar o sofrimento das pessoas:

1. Recuperando mais uma vez as rampas e ampliando o horário de funcionamento das balsas, que deverão tomar medidas para reduzir o tempo de embarque, inclusive instalando prancha dupla;
2. Melhorando o sistema de embarque e desembarque, bem como o próprio transporte de passageiros;
3. Recuperando os pátios de manobras e aumentando o controle de cargas, garantindo que se obedeça aos limites legais quanto a peso, evitando acidentes que, inclusive, acabam provocando a interrupção do funcionamento das balsas, prejudicando todos;
4. Ampliando a estrutura de atendimento dos usuários com banheiros, iluminação, etc. e monitorar sua disponibilidade e utilização;
5. Recuperar novamente o chamado ramal dos “quilombolas” e disciplinar sua utilização apenas para transporte de passageiros e veículos de pequeno porte;

Quero ainda informar que as tratativas quanto ao ressarcimento de alguns custos por parte da seguradora estão em franco andamento, e acredito que não teremos maiores problemas quanto a isso.

Finalmente, mais uma vez agradecendo a paciência e compreensão, peço a colaboração de todos no sentido de, não apenas fiscalizarem a implementação das medidas paliativas, mas informarem sobre alterações que estejam dificultando a travessia, para o que estamos criando um núcleo de Coordenação Geral de atividades, sob o comando do Coronel PM – Roberto, que terá representação permanente na obra.

Que Deus ajude a vencer mais essa etapa, iluminando também e especialmente o coração daqueles que, infelizmente, ainda acreditam nas vantagens de tirar proveito político do sofrimento dos outros.