O governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), reforçou a tese da cautela contra a afobação de parlamentares do seu partido pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff.

Ele segue a linha dos tucanos Geraldo Alckmin (SP) e Marconi Perillo (GO).

Em entrevista ao Estadão,  Jatene diz que o impeachment não é uma panaceia (*).

“O Brasil vive um momento crítico, fruto de muita bobagem feita nos últimos tempos, mas não será num estalar de dedos que se vai conseguir superar tudo isso. E eu entendo a preocupação de FHC, que é a minha também. Num cenário com o atual, acho importante não imaginar que existe um remédio único, uma panaceia, isso pode terminar levando a uma frustração posterior e a mais complicações.”

Segundo ele, “um partido de oposição não poderia deflagrar este processo, chamariam de golpe.”

Jatene afirma que um dos problemas mais graves que o País enfrenta hoje é a perda de representatividade geral dos partidos. E ressalta ainda que a aliança nacional entre o PT e PMDB é insuficiente para garantir a governabilidade do País. “Ela (aliança) não é insuficiente no quesito numérico no Congresso, mas insuficiente no sentido de representar a sociedade, no sentido de ter a confiança da Nação, essa é a coisa mais séria”

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(*) – Referência à deusa da cura, na mitologia grega, que tinha um único remédio para todos os males.