Jader

No rastro de enxurrada de discursos de deputados federais surfando na onda  do “bandido bom é bandido morto”, tendo como centro dos “debates” a redução da maioridade penal para 16 anos, surgiu uma voz no Senado, que até agora se mantinha em total silêncio em relação ao delicado tema.

E uma voz paraense.

O senador Jader Barbalho (PMDB) fez contundente discurso condenando a  redução da maioridade.

Para ele, em vez de alterar a Constituição, uma saída melhor é aperfeiçoar o Estatuto da Criança e do Adolescente para prever novas medidas de reeducação e reinserção social de jovens infratores.

Na opinião de Jader, é mais eficaz dar tratamento pedagógico, sócio-educativo e psicológico a esses jovens e suas famílias do que apenas trancafiá-los em presídios.

O senador disse que as penitenciárias brasileiras são superlotadas, com péssimas condições de vida e de higiene e não servem para a ressocialização dos detentos.

– A realidade do sistema prisional brasileiro é o retrato da falência do Estado e de suas políticas públicas. As penitenciárias são ineficazes, são apenas depósitos de seres humanos ao sabor da violência generalizada. Tornaram-se apenas universidades do crime. Os jovens farão curso de pós-graduação no crime, mais nada além disso – afirmou.

O senador pediu a criação de uma comissão especial para rever o Estatuto da Criança e do Adolescente, para que seus dispositivos sejam cumpridos de maneira certa e, se necessário, alterá-lo para prever outras medidas de reeducação e ressocialização, além de tratamento psicológico.

– Punir o adolescente em vez de tratá-lo e reeducá-lo não resolve e agrava o problema. O caminho não é a redução da maioridade penal, mas a mudança do estatuto e sua aplicação, com novas medidas de reeducação – disse.

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Atualização às 09:53

 

Tão logo o post acima foi compartilhado nas redes sociais, comentários diversos surgiram.

Um deles, assinado por Luiz Cunha, leva Barbalho  às cordas.

O que disse LC:

 

Luiz Cunha Então pede pra ele combinar com os apresentadores das rádios e televisão de sua propriedade, que pregam exatamente o contrário e engrossam o coro midiático da redução da maioridade penal.