Pesquisadores do Instituto de Pesquisa Ambiental  da Amazônia (IPAM)  divulgaram, nesta segunda-feira (8),  uma Nota Técnica alertando  gestores públicos e sociedade em geral que uma área gigantesca na Amazônia está pronta para ser queimada – da qual 42% (4,5 mil km2) situam-se no Estado do Pará – gerando danos à floresta, animais e comunidades tradicionais e contribuindo para elevar casos de pessoas com problemas respiratórios da região em meio à pandemia da covid-19.

O IPAM divugou que o Pará tem quatro pontos de concentração de áreas desmatadas não queimadas. São eles: Arco do Fogo de Altamira/São Félix do Xingu; Transamazônia, de Medicilândia a Itaituba; Prainha. e Oriximiná e Novo Progresso e Castelo dos Sonhos. No alerta, os pesquisadores destacam que “uma área desmatada de pelo menos 4.500 quilômetros quadrados na Amazônia, equivalente a três  vezes o município de São Paulo, está pronta para queimar”. “Resultado da soma do que foi derrubado no ano passado e nos primeiros quatro meses  desse ano, e ainda não queimado, essa vegetação no chão pode virar  fumaça com a estação seca que começa em junho em mais uma  temporada de fogo intensa como observamos em 2019”.  “Se isso ocorrer, o número de internações por problemas respiratórios  pode aumentar expressivamente, pressionando ainda mais o sistema de  saúde da região, já duramente afetado pela covid-19”, destaca o IPAM.

Pelos cálculos dos cientistas, se o ritmo acelerado de desmatamento  continuar nos próximos meses, quase 9 mil km2 poderão virar cinzas, já  que a época mais intensa de derrubada e queima se inicia agora, com a  chegada do período seco na região.