O incêndio foi detectado em 16 de agosto e tem sido combatido de forma intensa desde então, mas ainda não foi controlado. O fogo teve início em uma linha de transmissão (LT) de energia ao Norte da FLONA, próximo a divisa com a Área de Proteção Ambiental do Igarapé Gelado, a altura da barragem do Geladinho. O local é acidentado, de grande declividade. A estimativa é de que o fogo já tenha queimado 500 ha de floresta primária. O incêndio é superficial com queimas de copa localizadas.

A retaguarda do fogo é vulnerável, pois fica à margem da LT, com muito material combustível seco. A área foi aceirada mecanicamente. Dia 20/08 Foi iniciado um segundo incêndio por perda de controle do fogo na retaguarda. A frente principal do fogo foi alcançada no último final de semana por 15 brigadistas. Foi deslocado um trator para abertura de estrada até a frente do fogo, chegando a 250 m do incêndio. Foi iniciado também no final de semana o combate aéreo com apoio de um helicóptero. Está sendo feito um ataque terrestre pelo acesso aberto com o trator com cerca de 40 brigadistas.

O flanco direito do fogo foi totalmente contido por aceiro manual e há 10 brigadistas monitorando. No flanco esquerdo foi feito um aceiro manual para formar uma linha de defesa contando com 20 brigadistas.

O combate é coordenado pelo Instituto Chico Mendes, responsável pela proteção da Floresta, com o apoio da mineradora Vale, através do Programa de Prevenção e Combate a Incêndios do Mosaico de Unidades de Conservação de Carajás. O efetivo total está em torno 70 brigadistas, além do pessoal no apoio logístico. Somaram-se a equipe ainda 20 brigadistas da Eletronorte no apoio ao combate. A estrutura usada é de 3 tratores, 1 helicóptero e 3 caminhões pipa.

Sobre as causas do incêndio, estão sendo investigados pela equipe de perícia do Mosaico de Carajás, ainda sem parecer conclusivo.

Percebe-se um impacto importante nas áreas atingidas pelo incêndio, especialmente a alteração da Floresta Ombrófila Primária tipo Montana, contudo devido ao intenso combate este impacto tem sido minimizado pela descontinuidade do fogo ao longo da área atingida.

Algumas áreas foram queimadas completamente e outras apresentaram boa resistência à passagem do fogo. Percebe-se a fuga de animais das áreas queimadas, mas foram registrados animais mortos na área, especialmente répteis e pequenos mamíferos.
Equipe da Floresta Nacional de Carajás.