A narrativa é do jornalista Dilermando Gadelha

 

O Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-bio) inaugurou neste final de semana a primeira trilha de longo curso do Pará.

Com 30 quilômetros de extensão, a Rota do Guarumã passa pelas cidades de Belém, Ananindeua, Marituba e Benevides, na Região Metropolitana da capital paraense.

O percurso atravessa as Unidades de Conservação Parque Estadual do Utinga, Área de Proteção Ambiental Metropolitana de Belém e o Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia.

Quinze pessoas, entre técnicos do Ideflor-bio, convidados e condutores de trilhas credenciados pelo Instituto, fizeram o percurso de retorno da Rota, com saída de Benevides, na manhã de sábado, e chegada ao Parque Estadual do Utinga, na manhã do domingo.

“Essa trilha é muito importante para a inserção do Pará e da região amazônica no roteiro nacional de trilhas que existe no Brasil. Na inauguração contaremos com a participação do coordenador de Uso Público do ICMbio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), Pedro de Menezes. A Rota também é um novo produto turístico para o Estado, que servirá como vetor de desenvolvimento sustentável para a população local”, conta Letícia Freitas, turismóloga e técnica do Ideflor-bio, que coordenou o processo de abertura da trilha.

A Rota do Guarumã pode ser feita em dois sentidos: o percurso com saída do Parque do Utinga e chegada à Comunidade do Maravilha, em Benevides, e o caminho de volta, saindo do Maravilha até o Parque.

Em cada um desses percursos os aventureiros encontram diversas riquezas naturais da Grande Belém, como áreas de floresta, rios e vida silvestre.

Também atravessam algumas comunidades tradicionais da região, como a Nossa Senhora dos Navegantes e a Quilombola do Abacatal.

Essas comunidades foram capacitadas pelo Ideflor-bio para receber os aventureiros e oferecer serviços, como alimentação, travessias e hospedagem para quem não deseja acampar.

O Sítio Bom Jesus, em Benevides, é uma das paradas para alimentação, hidratação e descanso.

Sistema – A Rota do Guarumã é a primeira trilha de longo curso do Pará a fazer parte do Sistema Brasileiro de Trilhas de Longo Curso, criado pelo ICMbio.

É toda sinalizada, de acordo com as normativas nacionais de sinalização de trilhas, nos dois sentidos.

Após a inauguração, a Rota do Guarumã será liberada para a população.

Aqueles que desejam fazê-la acompanhados de um condutor habilitado pelo Ideflor-bio encontram os contatos na página https://ideflorbio.pa.gov.br/rota-do-guaruma/, além de mais informações e as normais gerais de funcionamento da Rota.

Conservação – As três Unidades de Conservação integradas pela Rota do Guarumã apresentam diversas características, ideais para o turismo de natureza.

O Parque Estadual do Utinga, no centro de Belém, é uma área de quase 1.400 hectares, com vegetação preservada ao redor e sob os dois mananciais que abastecem cerca de 70% da população da Região Metropolitana de Belém – lagos Bolonha e Água Preta.

O Parque abriga mais de 300 espécies de plantas e 400 animais, entre aves, espécies terrestres e aquáticas.

A APA Metropolitana de Belém é uma Unidade de Conservação de uso sustentável que circunda o Parque do Utinga, e dentro da qual são incentivadas ações de uso e convivência sustentável com recursos naturais amazônicos.

A APA integra o Parque Estadual do Utinga com o Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia, formando um corredor ecológico de quase 15 mil hectares de áreas protegidas.

O Refúgio de Vida Silvestre protege, além de sua exuberante fauna e flora, uma parcela da história da região, com resquícios arqueológicos que remontam ao período escravocrata e de engenhos na região.

A Rota do Guarumã permite muita aventura e o contato direto dos visitantes com o rico patrimônio natural e cultural da Amazônia.

      (Fotos Ascom IDEFLOR)