No coluna do poster de hoje no Diário do Pará, há uma nota sobre os serviços iniciais da hidrovia Araguaia-Tocantins. Diz:

Para dragar o rio Tocantins, de Marabá a Tucuruí, o governo garantiu R$ 48 milhões. A derrocagem do trecho de 59 km consumirá R$ 250 milhões, já com consolidação orçamentária -, além de mais quinhentos mil para serviços de balizamento da hidrovia. Técnicos do Dnit e consultores privados estão trabalhando no Tocantins, desde Marabá até a entrada do lago, abaixo das corredeiras do Lourenção. Em lanchas e balsas, a turma aproveita a vazante das águas para fechar o roteiro das atividades. No blog de Hiroshi Bogéa, fotos exclusivas do que está sendo feito e o que falta executar. Em dois atos, Lula pretende inaugurar as eclusas e conhecer parte da hidrovia viabilizada, até julho de 2010.

O DNIT tem uma equipe trabalhando há mais de seis meses.

Começou fazendo levantamento de dados no trecho Marabá-Tucuruí, inclusive colocando técnicos à disposição da secretaria de Integração Regional (SEIR) na elaboração do projeto do Porto Público de Marabá. O desafio da turma é viabilizar a navegabilidade do Tocantins durante o ano todo num de seus trechos de mais baixa profundidade e permeados de pedrais e bancos de areais.

São 59 quilômetros de percurso acidentado, saindo de Marabá até a entrada do lago de Tucuruí.

O Tocantins, próximo ao mês de dezembro, nos últimos dez anos tem ficado nas condições em que é mostrado na foto acima.

Pressão da força humana sobre a natureza está alterando significativamente sua geografia, impossibilitando até a navegação de pequenos barcos.

Dragagem

A solução para existir navegabilidade no Tocantins é um planejado projeto de dragagem de aprofundamento do canal já definido pelo Dnit, entre Marabá e a boca do Lago. Em pontos experimentais do rio, serviços realizados (foto) comprovaram a eficiência desse recurso através de alta tecnologia.


Conforme o infográfico elaborado pelo Dnit, os pontos a serem dragados estão mapeados.

Além de permitir sua navegação, o Tocantins terá seu curso de água viabilizado o ano inteiro, facilitando excesso de volume d´água em seu curso.

Derrocagem

Maiores investimentos da hidrovia são destinados à derrocagem do Tocantins, que consiste na retirada de pedras que interferem no canal navegável do rio a fim de aumentar a capacidade de transporte na hidrovia, e, claro, sua própria navegabilidade. O ponto crítico do rio está localizado exatamente pouco abaixo de Itupiranga, onde praticamente não se pode navegar em seu período de vazante máxima.

Dentro de dois meses, o longo pedral mostrado na foto acima estará à mostra, outra vez.

Projeto elaborado pelos técnicos do Dnit, após diversas viagens ao trecho seguidas de estudos e aferição de dados, definiu a canalização a ser derrocada nos próximos meses. O longo trecho semeado de pedras ficará canalizado nesse sentido da simulação abaixo.

O que os técnicos não confirmaram ao poster é se essa derrocagem será feita por “ fogo aberto” (explosão ou implosão dos pedrais), ou com a utilização do martelo hidráulico, tecnicamente denominado hidro hammer.

Até o mês de outubro essa questão será definida.

Há forte tendência para o uso do hidro hammer.

Bronca com o Ministério Público é que mais distancia o governo da primeira alternativa.

No infográfico acima, três etapas simuladas: 1) definição dos locais de derrocagem; 2) situação após as obras; 3) calado do canal liberado para navegação.

Lourenção

O mapeamento da hidrovia Barcarena-Marabá causou dor de cabeça quando os engenheiros envolvidos em sua confecção se depararam com a imponente e simbólica Pedra do Lourenção, majestosa em sua impávida postura ao centro do Tocantins. Alertados para a importância histórica do monumento à vida de ribeirinhos, técnicos trataram de estudar alternativas de rotas para as obras de derrocagem livrando a imensa rocha brechiforme da possibilidade de sofrer algum dano.

A Pedra do Lourenção continuará ali, intacta.

Com a formação do Lago de Tucurui, a partir da cachoeira de Lourenção, praticamente termina o trecho encachoeirado, entre Marabá e a cidade sede da hidrelétrica.

O Tocantins, a partir daí, começa a correr desembaraçado, até a formação do lago.

Balizamento

O Dnit já concluiu, inclusive, os pontos de balizamento da hidrovia entre Tucuruí e Barcarena, com indicações de régua para leitura limnimétrica (nível do rio), placa de margem e bóias cegas de sinalização.

As localidades escolhidas para pontos de interseção foram Vila Moru, Nazaré dos Patos, Baião, Mocajuba, Cametá, Carapajó, Abaetetuba, entre outras (abaixo)

A partir de 2011, prazo para sua conclusão, a hidrovia Barcarena-Marabá passará a ter em suas águas movimento intenso de barcaças idênticas ao da foto (um dos comboios da Cosipar transportando ferro-gusa de Marabá a Tucuruí).

As embarcações navegarão o Tocantins em trecho de 460 quilômetros, levando e trazendo cargas de Marabá a Barcarena, fazendo transposição nas eclusas de Tucuruí, que será inauguarada em mkaio de 2010 pelo presidente Lula.