Um dos alvos da Operação Para Bellum deflagrada pela PF (Polícia Federal) e o MPF (Ministério Público Federal), na manhã desta quarta-feira, 10, o governador Helder Barbalho disse estar “tranquilo” quanto à investigação sobre a compra de respiradores e alegou que não sabia que os equipamentos não funcionariam no combate ao coronavírus.

“Estou tranquilo e à disposição para qualquer esclarecimento que se faça necessário”, disse o governador no Twitter. “Esclareço que não sou amigo do empresário e, obviamente, não sabia que os respiradores não funcionariam”, acrescentou.

Helder Barbalho faz referência a um empresário que a investigação aponta como próximo a ele.

Ele teria sido o responsável pela negociação de 400 respiradores importados da China.

Além dos equipamentos, que acabaram sendo devolvidos, o MPF diz que o mesmo empresário foi favorecido em outra contratação milionária pelo governo estadual, no valor de R$ 4,2 milhões.

 

Os ventiladores pulmonares destinados ao tratamento de pacientes da covid-19 foram comprados sem licitação de uma empresa sem registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

O valor da contratação foi de R$ 50,5 milhões. Metade desse valor foi pago antes dos produtos chegarem a Belém e ser constatado que não serviriam.

Segundo o governo estadual, os valores pagos foram ressarcidos e a administração entrou na justiça com pedido de indenização por danos morais coletivos contra os vendedores dos respiradores

 

“Agi a tempo de evitar danos ao erário público, já que os recursos foram devolvidos aos cofres do estado”, disse Barbalho. “Por minha determinação, o pagamento de outros equipamentos para a mesma empresa está bloqueado.”

A operação deflagrada hoje investiga supostos crimes de fraude à licitação, falsidade documental e ideológica, corrupção ativa e passiva, prevaricação e lavagem de dinheiro.

Além de Barbalho, outras 14 pessoas foram alvo de mandados de busca e apreensão