As usinas de ferro gusa instaladas em Marabá, Cosipar, Ibérica e Sidepar conseguiram a proeza de estimular o desmatamento de quase 30 mil hectares de floresta,num período de quatro anos,  resultando em algo próximo a um milhão de metros cúbicos de carvão legal produzido. Quem informa é o Ibama, no rastro de investigação do esquema de desmatamento e o uso de carvão sem origem nas empresas instaladas no Distrito Industrial de Marabá.

A partir dessa descoberta, agentes do instituto realizaram, na terça-feira, 22, grande operação no parque industrial do município, apreendendo dezenas de caminhões que transportavam carval ilgeal para consumo nas três guseiras.

Como sempre ocorre, a Sinobrás não teve nenhum fornecedor de carvão envolvido nas apreensões. A siderúrgica só compra produto comprovadamente documentado.

Denominada “Operação Saldo Negro”, a operação do Ibama apresentou saldo assustador: 32 carvoarias fiscalizadas, das quais 16 são fantasmas e as demais foram flagradas gerando produção superior a capacidade instalada – o que as caracterizam empresas de fachada.

Como já se tornou praxe, a coordenação do Ibama de Marabá detectou que a maioria do carvão ilegal se origina das áreas de invasão e de assentamentos do Incra.

Cosipar, Ibérica e Sidepar receberão multas altíssimas além de serem obrigadas a utilizar carvão vegetal produzido exclusivamente em áreas reflorestadas.

Bom lembrar que a Cosipar, há mais de 25 anos instalada no DI, jamais se preocupou em consolidar suas áreas de reflorestamento, preferindo atuar ao largo da ilegalidade. O mesmo pode-se afirmar das outras usinas (Ibérica e Sidepar), com menos tempo em funcionamento, mas sem nenhuma responsabilidade em relação a legalização dos insumos usados na usinagem do gusa.