Grota 4

Só quem mora nas imediações das Folhas 29, 28, 27, 20, 21, 22, e 23, sabe.

O alagadiço de casas normalmente registradas durante períodos chuvosos, deve-se a inexistência de serviços de limpeza da Grota Criminosa, não apenas em seu leito em frente às residências afetadas.

O problema é agravado pela interdição de grande parte do fluxo da correnteza da grota, a partir do final da Folha 23 até o rio Itacaiúnas.

Em todo o trecho que vai do final da Folha 23, até o aterro do bambuzal, que liga a Transamazônica a Velha Marabá, o fluxo corrente da Grota Criminosa  praticamente não existe, há mais de 30 anos.

Grota 3

O problema é agravado  num gargalho existente no aterro.

Ali, manilhas colocadas quando da construção da Rodovia Transamazônica (o aterro foi feito para ligar a Velha Marabá a grande rodovia federal aberta nos anos 70) estão bem acima  do leito da Grota Criminosa.

A lógica  da engenharia exige que o sistema de tubulação seja abaixado, para permitir o fluxo natural do igarapé.

Isto nunca foi feito.

A secretaria de Obras de Marabá decidiu encarar o problema como ele deve ser enfrentado.

Inicialmente, reabrindo a canalização da grota, a partir do aterro do bambuzal, seguindo sentido contrário o fluxo do igarapé – o que está sendo feito, no momento (observem as fotos).

Grota 5

Os serviços demandam paciência, mudança sistemática de posição da poderosa escavadeira hidráulica e transposição do material recolhido no caminho.

O secretário Antonio de Pádua escalou um dos coordenadores da Sevop para tocar o dispendioso trabalho, Jhosy Carvalho, que tem acompanhado diariamente a retirada de um tipo de vegetal conhecida por “taboa”, que cresceu ao longo dos anos, interditando a corrente do igarapé.

E antes da interferência de algum “ambientalista” no meio da  prosa, explica-se.

A taboa é uma planta  aquática que cresce em brejos, considerada uma praga tal a rapidez com que se reproduz, criando resistência ao surgimento de demais vegetais.

A taboa chega a medir dois metros e, na época de reprodução, apresenta um tipo de espigas contendo milhões de sementes que se espalham pelo vento.

Grota 9

É um vegetal daninho, às vezes tão resistente que obstaculariza  a corrente de água de igarapés, tal qual ocorre na Grota Criminosa.

 

A retirada da taboa está ocorrendo apenas sobre o curso do igarapé.

Do rio Itacaiúnas, onde a “Criminosa” deságua, até a Folha 23, a grota tem extensão de 3 km.

Até agora, já foram retirados entulhos e vegetal daninho de um trecho de mil metros.

“Ainda temos uns dois mil metros para a conclusão da limpeza”, conta Jhosy.

Grota 7

Um dos grande obstáculos responsáveis pela  demora dos trabalhos, é a necessidade de transportar a escavadeira hidráulica de um ponto a ouro.

“Essa máquina pesa  27 toneladas, e a dificuldade se agrava diante da mudança de grandes troncos de madeira que servem como espécie de “balsa” para dar estabilidade ao equipamento, explica.

Na avaliação de técnicos da Sevop,  depois que o igarapé for totalmente desobstruído, o índice de alagamento de casas será baixíssimo, em todas as Folhas cortadas pelo igarapé.

Jhosy Carvalho explica que o secretário Antonio de Pádua realizará, também, o rebaixamento das manilhas que servem como fluxo do igarapé, abaixo do aterro do bambuzal. “Pelo menos, um metro e meio será rebaixado, seguindo depois a limpeza da grota, do aterro até o Itacaiúnas”.

 

A necessidade de realização de canalização do igarapé sob o aterro exigirá o fechamento do tráfego de veículos no trecho que vai da Velha Marabá até a Transamazônica.

O planejamento desse trabalho será anunciado à comunidade, na hora certa, explica Jhosy – foto abaixo, acompanhando as obras.

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Escavadeira de 27 toneladas assentadas em grandes troncos.
Escavadeira de 27 toneladas assentada em grandes troncos.