Deu no Diário do Pará:

 

O escrivão e o investigador acusados pela adolescente de 17 anos de estuprá-la dentro do banheiro da delegacia de polícia da Cidade Nova, e em um quarto de hotel de Marabá, foram indiciados por crime de estupro em inquérito que levou três meses para ser concluído, mas em vez de serem afastados do serviço irão ser transferidos para outra cidade, continuando a trabalhar normalmente. Segundo o delegado da Superintendência Regional do Sudeste do Pará, Ricardo do Rosário, a portaria de transferência deve ser publicada hoje.

“O objetivo é preservar a imagem dos policiais até o fim da apuração do caso, que vai identificar se é ou não verdade”, afirmou Rosário, assinalando que se ambos forem culpados e condenados serão imediatamente exonerados e presos. Enquanto o delegado se preocupa com a imagem dos acusados, familiares da menor estariam recebendo ameaças e temem pelo que possa acontecer nos próximos dias. O Ministério Público mobilizou quatro promotores de Marabá para atuar no caso e ainda ontem avaliava qual o caminho a seguir. Tudo porque o estupro ocorreu no dia 11 de janeiro passado e só agora a polícia resolveu notificar a promotoria. O Conselho Tutelar também nada sabia.

Os policiais negam o crime, apesar de o inquérito ter concluído pelo indiciamento de ambos. “Não tive nenhum contato com essa moça que me acusa de ter estuprado ela”, afirmou o escrivão. O advogado contratado para defender os policiais também diz que nada do que foi relatado pela menor aconteceu naquela noite. O diretor da Delegacia de Crimes Funcionais (Decrif), delegado Eloi Fernandes, declarou que a polícia “não vai esconder nada de ninguém” e que todas as providências para a apuração dos fatos já foram tomadas.