Quando a ex-vereadora Vanda Américo assumiu o lugar do biólogo Noé von Atzingen,  na presidência da Fundação Casa da Cultura de Marabá,enxergaram a movimentação do cargo com ceticismo.

Afinal, Noé dirigia a entidade há mais de 30 anos, sendo o seu fundador.

O cientista embrenhou uma dedicada atuação que, ao longo dos anos,  chegou a ser considerado uma pessoa irremovível, dada à sua extrema atenção à FCCM e resultados até então alcançados.

Mas, como se diz na gíria popular, ninguém é insubstituível.

Há sempre uma cabeça disponibilizada para tocar o barco e produzir até mais brilho do que antecessores.

Vanda assumiu a Fundação sob olhares desconfiados de servidores da entidade e, com paciência e obstinação, foi conquistando individualmente a equipe, até começar a ser reconhecida como pessoa apta a dirigir a casa de pesquisas e formadora de talentos em diversas áreas da cultura.

Uma das primeiras iniciativas de Vanda Américo, ao assumir a função, foi voltada para reformular a Lei de Estrutura Administrativa da FCCM, que datava da década de 1980.

Depois, sua equipe jurídica deu início ao trabalho de estruturação jurídica da Escola de Música Moisés da Providência Araújo.

Certificada agora  por lei municipal, Vanda determinou o registro da escola junto ao Conselho Municipal de Educação para que tenha reconhecimento do Ministério da Educação como instituição de ensino, e possa, em futuro próximo, firmar parcerias com outras entidades e receber recursos para sua manutenção.

Também dentro da Escola de Música Moisés Araújo, a presidente da FCCM ampliou sua área de atuação, que antes funcionava exclusivamente na sede da fundação.

A única extensão que havia até o final de 2016 era uma em Morada Nova. Atualmente, há mais de 1.500 alunos participando do projeto “Música em todo canto”, com aulas em várias instituições parceiras, como a Escola Evandro Viana (São Félix 3) com aulas de fanfarra e flauta doce; Recanto Pastorinho, no Km 7, com mais de 100 alunos; José Mendonça Vergolino, com coral de crianças, outro de adultos e flauta doce; Igreja Batista, no Bairro Amapá, com coral, musicalização infantil e flauta doce; Igreja dos Capuchinhos, com aulas de violão; Casa de Eurípedes, na Independência, com aulas de violão; Escola Maria Tereza, no Bairro Independência, com flauta e musicalização infantil.

Vanda tomou outra decisão importante para revigorar a escola de música, ao determinar a compra de novos instrumentos musicais.

 

Nesta sexta-feira, 23, Vanda Américo promoveu a inauguração  do Galpão de Música “José Mendes Filho”, marabaense que era conhecido  popularmente por “Macaquinho, e do muro em torno das instalações da instituição.

A solenidade contou com a presença do prefeito Tião Miranda e do presidente da Câmara Municipal, Pedro Correa, além de empresários, estudantes e comunidade geral.

“A construção de uma guarita de entrada e desse muro ao redor de todo o perímetro dos prédios destina-se a dar mais segurança aos estudantes, servidores e ao precioso acervo existente. Na guarita, aliás, introduzimos uma cancela eletrônica para os veículos e sistema de biometria registrar a entrada e saída dos estudantes. “Temos centenas de alunos matriculados em nossos projetos e aqui dentro somos responsáveis por eles”, revela Vanda.

O galpão construído para ensaio da banda mede de 21×14 metros.

Antes da edificação deste prédio, os alunos ensaiavam embaixo de pequenas tendas e ficavam molhados em dias de chuva.

E Vanda não pára.

Iniciou a construção de um prédio para abrigar a Reserva Técnica da Arqueologia, com custo superior a R$ 700.000,00.

Outro avanço incorporado à Fundação Casa da Cultura foi a remodelagem de seu sistema de tecnologia por meio de software, digitalização da documentação física do amplo acervo, com implantação de novo site na Internet. “Já temos um razoável posicionamento nas redes sociais e queremos ampliar ainda mais a presença da instituição no ambiente virtual para atrair a atenção dos jovens”, sustenta a presidente.

 

 

Sempre com o DNA alicerçado nas pesquisas, a Fundação Casa da Cultura deu um salto significativo nesta área nos últimos dois anos. Primeiro, conseguiu que seu Boletim Técnico alcançasse o padrão para indexação no Latindex – um sistema de informação qualitativa que mostra o grau de comprometimento dos periódicos acadêmicos e científico ibero-americanos. “Com essa indexação, passamos a figurar em uma rede de disseminação de pesquisas que envolve 19 países e estamos dando visibilidade às pesquisas realizadas na região”, comemora.

 

Na Botânica, a FCCM firmou parceria com a UNB (Universidade de Brasília) e Unifesspa para organizar o acervo com mais de 7.000 exsicatas guardadas em balão herbário para registro oficial junto ao Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

 

Na Zoologia, manteve uma parceria com a UEPA, tendo firmado um termo de cooperação técnica, inclusive com orientação de mestrado ocorrendo nas dependências da fundação. Na Bioespeleologia, a parceria está em andamento com a Unifesspa, Museu Emílio Goeldi e UEPA. Com isso, a Fundação passou a contar com arqueólogos e três geólogos em seu quadro.

 

“Na etnologia, a FCCM resgatou a doutora em História Social, Mirtes Emília, a qual revitalizou este setor, enquanto o departamento de Educação Patrimonial, vem realizando um papel diferenciado na divulgação das pesquisas realizadas através dos livros elaborados pela casa. O Engenheiro Ambiental, Ricardo Williams Souza, que promove coleta seletiva, em parceria com uma empresa privada, vem atuando na reciclagem do lixo, diminuindo assim a poluição ambiental, atendendo as normas do setor de Saúde, Segurança e meio Ambiente-SESMT da FCCM”.

As pesquisas se estendem também às aldeias da região, como na Suruí, com registro das manifestações artísticas e culturais. “Várias oficinais de capacitação estão sendo realizadas em vários segmentos e a Pinacoteca transformou-se em Companhia de Artes, atendendo várias entidades e até outros municípios da região”, comemora Vanda.

Vanda agradece ao prefeito Tião Miranda apoio às iniciativas para transformação da Fundação Casa da Cultura

 

SEGURANÇA NO TRABALHO

Em função do contrato que a Fundação Casa da Cultura mantém com a Vale para pesquisas em áreas de minas na região da Serra dos Carajás, a atual gestão da instituição instalou o Departamento SESMT (Serviço Especializado em Engenharia e em Medicina do Trabalho), que tem como objetivo preservar um dos maiores patrimônios da FCCM: seus funcionários.

Para isso, foram adquiridos EPI’s modernos e o SESMT realiza treinamentos mensais, e a Casa da Cultura passou a contar com uma Brigada contra Incêndio, como parte das exigências da mineradora. Com essas mudanças implementadas, a Fundação saltou do nível 33 para o 61 na rigorosa avaliação nacional das empresas que prestam serviço para a Vale.

A FCCM coordena as obras do futuro Museu Municipal, que vai funcionar no Palacete Augusto Dias. A restauração e adaptação foram retomadas em parceria com a Vale e apoio do Ministério Público Estadual no ano passado. “Também temos a obra de construção do moderno Cine Teatro, na Folha 16, que deverá fortalecer o segmento de cultura”, prevê Vanda.  (Informações do Blog e da Ascom)