Em 2004, Sebastião Curió, personagem ativo da Guerrilha do Araguaia, durante entrevista a mim concedida em seu gabinete de prefeito de Curionópolis, concluída a pauta, contou que prendeu José Genoíno, no Bico do Papagaio, ao encontrá-lo perambulando numa estrada, maltrapilho e esfomeado. Cansado, o atual deputado federal do PT não teria ensaiado qualquer reação.

Em seu depoimento, Curió conta que depois de dar refeição ao prisioneiro, o obrigou a escrever numa folha de papel os nomes dos guerrilheiros que ainda se encontravam vivos na mata. Genoíno atendeu às ordens e, de próprio punho, entregou os sobreviventes.

A prisão e eliminação de outros guerrilheiros teriam ocorrido posteriormente em função da Carta-Delação de José Genoíno, disse o prefeito.

A carta, em poder até hoje do ex-major Luquini – codinome de Curió na guerrilha -, teria sido, inclusive, usada durante um pronunciamento que Genoíno faria da tribuna da Câmara Federal, desancando o passado do então também deputado federal Sebastião Curió.

Ao tomar conhecimento, através de outro parlamentar, do discurso do ex-guerrilheiro, Curió teria puxado a carta do fundo do baú e mostrado a mesma a Genoíno, com a observação de que seu conteúdo seria lido tão logo o petista concluísse o anunciado pronunciamento. Que não teve.