
Os igarapés Rio Vermelho, Sororó, Taurizinho e Sereno ajudaram a escrever a história de Marabá como importantes vias de escoamento da produção de castanha – e, bem antes, da borracha.
Das belas e destemidas histórias que ajudaram a escrever, os citados igarapés são apenas imagens na memória de quem viveu os tempos áureos do extrativismo.
A expansão agrária e o desenfreado ciclo de criação de gado transformaram nossos belos igarapés em vasta área de destruição.
Todos estão morrendo, sufocados pela devastação, assoreamento e depositários do lixo produzido nas áreas de assentamento e fazendas.
Últimos corredores ecológicos fluviais da região, os quatro igarapés são frequentemente usados, também, para a criminosa “exploração” de minérios.
Vez por outra, aparece um malfeitor, instala maquinários às margens dos rios e tome a jogar mercúrio em seus leitos.
O poster flagrou uma dessas ações criminosas ao sobrevoar de helicóptero alguns dos igarapés citados.
Do alto, ao passar pelo Projeto de Assentamento Castanheira, à altura da BR-155, entre a fazenda Santa Bárbara e terras da família Miranda, deu para perceber que havia uma pequena balsa com maquinários sobre ela, ambiente típico de garimpagem.
Não deu outra.
Ao descermos da aeronave num descampado próximo e andarmos cerca de um quilômetro, chegamos até o local.
O rio Sereno, novamente concebido pelas mãos humanas para escorrer em sua extensão produtos químicos (foto abaixo)
Um acampamento improvisado nas imediações da balsa (foto abaixo) dava sinais de que os trabalhos de garimpagem haviam sido abandonados alguns dias.
A situação do Sereno, no entorno da área de garimpagem, é de igarapé totalmente agredido, devastado – longe de parecer com aquele rio que vivia protegido pela floresta e sem sofrer qualquer tipo de agressão por parte de quem dependia dele.
O igarapé que transbordava vida, hoje não mais existe.
As atividades humanas estão cada vez mais em conflito com a saúde e a longevidade da floresta e do igarapé.
As tensões começaram a partir dos anos 80, e atualmente continuam com a ocupação por colonos, fazendeiros, e garimpeiros.
A área onde a garimpagem foi iniciada pertence a um assentado do PA Castanheira, segundo informação obtida numa vila próximo.
O indivíduo teria feito experiência para descobrir ouro no Sereno, estimulado por outras pessoas.
É bom que a Semma e o Ibama fiquem antenados com essa denúncia.
A qualquer momento, o “garimpeiro” volta à tona, liberando mercúrio por toda a extensão do igarapé.
EDSON MORAIS
19 de setembro de 2014 - 12:33cade os órgão de fiscalização tanto do estado quanto do município,
Djalma Guerra
19 de setembro de 2014 - 18:29Tão no gabinete.