A Fundação Zoobotânica de Marabá  será grande parceira da Embrapa no desenvolvimento do Projeto de Produção de Sementes e Mudas de Essências Florestais Nativas para Recuperação de Áreas e Reservas Legais em Áreas de Assentamento nos Municípios do Arco Verde.

O título do programa é longo.

Maior ainda a sua dimensão, considerando o que ficou conhecido durante exposição do projeto, sexta-feira, 3, ao presidente da FZM, Jorge Bichara, pelos pesquisadores da Embrapa (Amazônia Oriental), Delman de Almeida Gonçalves e Michell Olívio Xavier da Costa – Chefe Adjunto de Comunicação e Negócios do órgão federal.

A Embrapa deixou claro a Jorge Bichara que quer a participação da ONG marabaense na implantação de uma ACS – Área de Coleta de Sementes, para produzir e fornecer sementes e mudas que serão usadas na recomposição das áreas de preservação permanente (APP) e de reserva legal (ARL) na Amazônia.

A primeira etapa das atividades, abrange mais de 20 mil hectares para beneficiar diretamente pelo menos 10 mil famílias domiciliadas nos PAs – Projetos de Assentamento, detectados como um dos grandes responsáveis pelo desmatamento no país.

De acordo com exposição da Embrapa, ao todo, estão envolvidos projetos de assentamento dos municípios paraenses de Marabá, Itupiranga, Pacajá e Paragominas.

No Mato Grosso, serão atendidos os municípios de Querência, Peixoto de Azevedo, Nova Ubiratã e Confresa.

Em Marabá, além da Fundação Zoobotânica de Marabá, a Embrapa criará pelo menos outras cinco áreas de Coleta de Sementes, em Projetos de Assentamentos.

Na ACS da Fundação Zoobotânica de Marabá, serão implantados viveiros para produção de mudas, que serão submetidos ao controle de qualidade e às normas legais vigentes no país. Por fim, serão promovidos dois cursos de capacitação para trinta assentados. No total, serão 16 cursos voltados para 480 assentados. A idéia é que eles dominem a técnica de coleta de sementes e produção de mudas, e sejam multiplicadores desse trabalho em suas comunidades.

As sementes e mudas poderão suprir diretamente os próprios assentamentos, demais agricultores e outros futuros demandantes de espécies florestais na região.

Uma fonte de renda sustentável para assentados da reforma agrária e, ao mesmo tempo, alternativa de recuperação de áreas desmatadas da Amazônia Legal.

A Embrapa também produzirá cartilhas e manuais técnicos sobre identificação, marcação de árvores matrizes, coleta e conservação de sementes.

Ainda serão oferecidos cursos reconhecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) destinados a viveiristas, agricultores familiares, assentados e demais interessados na produção de mudas. Os temas abordados envolvem protocolos de germinação, propagação vegetativa, adubação, pragas e doenças, entre outros.

Em cada um dos oito municípios selecionados, será feito um levantamento da cadeia produtiva florestal e do tipo de vegetação característico, para definir as espécies mais indicadas para o reflorestamento. Em seguida, serão selecionadas pelo menos dez árvores nativas que servirão como matrizes das espécies em cada povoamento natural.

A quantidade de mudas necessárias para reabilitação de cada área a ser recuperada será definida por meio de levantamento junto ao Incra, tendo como base os estudos de avaliação das APP e ARL.

Segundo o plano de trabalho, o sucesso do programa de reflorestamento pressupõe a continuidade das ações, por meio do fomento à comercialização de sementes e mudas e do incentivo aos assentados para adoção do sistema agroflorestal de produção, que consiste basicamente na manutenção da mata original da floresta e a exploração racional de suas espécies nativas.