Ontem, no Senado, a oposição fez a festa. A começar pelo senador José Nery (Psol), em seu duro, mas procedente discurso de apresentação do requerimento pedindo explicações ao governo sobre do crime de Abaetetuba. Como filho da terra, o político paraense deitou e rolou.

Pior foi a cena de desmantelo patrocinada pelo senador Mário Couto (PSDB), num ping-pong coadjuvado pelos seus colegas Tasso Jereissati, Jéferson Peres e Mão-Santa. Irônico, Couto bateu com violência várias vezes na base de leitura do parlatório, repetindo: – “O Pará é uma terra sem Lei”.

Por exatamente 37 minutos marcados no relógio do blogger, ao assistir de madrugada a sessão gravada, os senadores desfilaram críticas. O autodidata leitor de almanaques, Mão-Santa (PMDB), fazendo comparações históricas muitas vezes distantes da realidade, chegou a dizer que “nem os nazistas chegaram a tanto de entregar uma garota judia para a virulência dos soldados de Hitler”.

A única voz tentar brecar a sede dos oposicionistas foi a do presidente interino Tião Viana
(PT). Aliás, voz, não, dedos. Com os quais o presidente em exercício cortava discursos e apartes apertando o botão de alerta ao esgoatamento de tempo dos pronunciamentos.
Ninguém defendeu a governadora.