Comentarista autodenominado Kpnup postou comentário ao post Coisas do camaleônico Arnaldo Jordy, fazendo alusão a um texto escrito supostamente pela poeta e músico paraense Ruy Barata.

A seguir, a reprodução do comentário do moço:

 

 

Antes de qualquer discussão, reflitam com este belíssimo texto do grade Ruy Barata.

Ruy Guilherme Paranatinga Barata .

 

“Sou paraense e, como tantos bons paraenses, nascido em Santarém.
Acho inadmissível a intenção de dividir o Pará.
Idéia obtusa de maus santarenos e de maus paraenses, guiados por ambição desmedida e por interesses pessoais, a divisão do Pará em tudo compromete o futuro desenvolvimento da região.
Maus santarenos que se deixam levar pela ilusão de que essa figura institucional que é ser capital de estado lhes trará melhores dias.
Maus paraenses movidos pelo interesse politiqueiro de ter mais cargos públicos a sua disposição.
Maus santarenos que ofertam gratuitamente ao estado brasileiro a sua verdadeira cidadania – de grão-paraenses, de amazônidas.
Maus paraenses que se esquecem da lição da história.
Maus santarenos e maus paraenses que se esquecem que o Grão-Pará já foi um país independente e que, se faz parte do Brasil atual, é porque foi constrangido, obrigado a isso.
Que não percebem que a divisão do Pará enfraquece a sua verdadeira, única e profunda identidade – a de grão-paraenses.
Que não percebem que é somente nesse fundo ideológico comum a todos os amazônidas, nessa idéia adormecida, que estão suas melhores chances de porvir.
Dividam o Pará, maus paraenses, maus santarenos, e terão mais 150 anos de adormecimento.
E quando falo em Grão-Pará não estou falando em independência política da Amazônia – uma idéia estapafúrdia no mundo atual, o qual corre em sentido inverso.
Estou falando em soberania, dignidade cultural, no orgulho saudável de que tanto precisamos para reivindicar nossos direitos de amazônidas e crescer com felicidade e justiça.
Estou falando, em síntese, de identidade.
A soberania do Pará, neste momento, tem a oportunidade de renascer em Santarém, Óbidos, Alenquer, Monte Alegre, Oriximiná.
Da mesma forma como nasceu no Tapajós o grito de guerra de Ruy Barata: “Eu sou de um país que se chama Pará”.
É todo o Tapajós que grita, na sua essência: “Eu sou de um país que se chama Pará”.
E não teremos nem dignidade e nem identidade se nos dividirmos.
O Pará não se divide, da mesma forma que nossa dignidade, nossa soberania, nossa cultura não se dividem.
O Pará não se divide. O Pará apenas se une. Porque é na união, e não na divisão, que encontraremos o rumo do futuro.

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Tito Barata, filho do inesquecível e ídolo dos paraenses Ruy Barata, desmente a autoria do material, em comentário enviado esta tarde ao blog.

O que diz Tito:

 

 

Soube por amigos que no seu blog, postado por alguém que se intitula Kpnup, tem um texto, como pude constatar, atribuído ao poeta Ruy Barata, meu pai. Este texto jamais foi escrito por ele. Além de mal escrito e ufano, Ruy jamais se prestaria a escrever esse panfleto ordinário, que macula a brava gente de Santarém, terra onde Ruy nasceu.
O texto naturalmente deve ser produto de algum subliterato de plantão.
Em nome da verdade e da ética, peço que você delete o referido post e a assinatura de Ruy Barata desse texto horroroso e caricato.
Atenciosamente,
Tito Barata

 

 

Nota do blog: esclarecido o fato, a presença de Kpnup  na coxia reservada aos comentários fica assim como que desqualificada, obrigando o poster a tomar cuidados na moderação de novos comentários de nosso visitante eventual.

O comentário também está sendo deletado, a pedido do filho do poeta.