Já se tornou rotineiro a imprensa de Marabá noticiar graves acidentes – maioria com mortes – na passagem do semáforo instalado na Rodovia Transamazônica, em frente à Folha 33, Núcleo Nova Marabá.

Nesta segunda-feira, 15, um casal de adultos e duas crianças trafegavam em uma moto e avançaram o sinal vermelho – subindo da marginal para a rodovia – e colidiram com outra moto, que seguia no sentido Nova Marabá-Cidade Nova (foto acima)

Uma das crianças e o condutor, Osmar Bento de Souza, que trafegava na outra moto morreram ainda no local do acidente.

O semáforo existe porque deixou de existir uma das quatro trincheiras que constatava no projeto executivo original.

Para quem não sabe, trincheira é construída a partir de escavações lineares no solo, similares aos túneis – e que são chamadas, equivocadamente, de “viaduto” .

Recebem o nome devido ao uso em larga escala pela engenharia militar durante a Primeira Guerra Mundial, onde os soldados escavavam valas com 2,30m de profundidade a fim de esconder-se do exército inimigo.

(Fotos ilustrativas abaixo: em primeiro plano, modelo de trincheira;  na outra foto, um tipo de viaduto).

Nos pontos da Transamazônica onde três trincheiras foram edificadas, nunca ocorreu acidentes.

No local mais emblemático da rodovia, onde o fluxo de veículos é intenso, a trincheira foi retirada do projeto, em plena fase de execução da duplicação.

Há rumores, até hoje intensos, de que a construção da trincheira foi deletada a pedido de um grupo empresarial de Belém, precisamente o Grupo Yamada,que à época iniciava a construção de um hipermercado na Folha 33, exatamente na confluência da interseção deste bairro com os demais da Nova Marabá, cruzando a Transamazônica.

Resultado é que o hipermercado ficou no meio do caminho, sem sua conclusão – e a população sem a trincheira, que  caso tivesse sido construída -, teria evitado o grande número de acidentes, com saldos fatais, registrados no local nos últimos anos.