A deficiência de doadores de rins no Pará dificulta um número satisfatório de transplantes. O hospital Ophir Loyola, apontado como o único do Estado a transplantar órgão procedente de falecido, aponta que, a falta de informação é o maior inimigo para a doação, trazendo consigo, uma triste realidade, que existe mas que deve ser bombardeada através de campanhas educativas voltadas para o assunto. Habilitado a transplantar rins desde 1999, o hospital Ophir Loyola fez, desde então, 433 cirurgias referentes a este procedimento. Não obstante a relevância do procedimento para a qualidade de vida dos enfermos renais crônicos, o número de doadores é irrisório no Estado. No ano passado, os números indicaram que 45 pacientes receberam rim novo no Pará, enquanto 840 ainda aspiram por esta chance.

Estados como São Paulo e Santa Catarina assumem um índice de vinte e dois doadores por um milhão de habitantes, enquanto que, no Pará, apenas três por milhão. Aproximadamente, um terço dos rins procedentes de pessoas com morte encefálica, não são transplantados por falta de autorização dos familiares.

As possibilidades de alguma pessoa necessitar da doação de um órgão são maiores que as de localizar um doador. Portanto, devem as famílias conversar sobre o assunto, na probabilidade, em caso de morte, dos órgãos dar sobrevida a outras pessoas. Em se tratando de transplante de rins, um único doador, em caso de morte, pode salvar duas vidas.

Complicado é conversar com as famílias a respeito de doação de órgãos em um momento em que estão fragilizadas pela perda de um dos seus, mas o assunto é de extremada gravidade e merece um apelo especial à toda a sociedade.