Na entrevista do vereador Nagib Mutran Neto (PMDB) ao Correio do Tocantins onde ele declara ter informações seguras de que a Vale teria desistido de construir a Alpa (declaração prontamete desmentida pela mineradora), duas passagens da fala do presidente da Câmara Municipal soaram  exageramente fora da realidade, analisando-se os fatos recentes envolvendo a questão.

A primeira, quando ele diz que  a empresa “Aço Cearense  estaria  pronta para transferir o projeto Aline para o Ceará, onde o grupo tem sua base principal” -, é de um terrível vício de desinformação. Esquece  o vereador  que a Sinobrás (titular do investimento Aline) tem técnicos de diversos países trabalhando o projeto em Marabá, com altos custos de continuidade, sem levar em conta, ainda, o efeito financeiro devastador de uma “transferência” de  projeto de tal magnitude, elaborado até agora num planejamento voltado às características próprias do município.

A outra declaração conflituosa refere-se à afirmação do vereador, baseada, segundo ele, no que lhe dissera uma fonte da própria Vale, segundo a qual “o novo presidente da mineradora, Murilo Ferreira, não é favorável à Alpa, mas sim à implantação  da siderúrgica do Pecém, no Ceará”.

Para o país inteiro, entrevistado pela jornalista econômica Miriam Leitão, no programa “Espaço Aberto”, da Globo News, Murilo Ferreira disse exatamente o contrário, ao defender os investimentos da Vale nos dois projetos siderúrgicos de Marabá e Pecém. “Os investimentos desses dois projetos estão mantidos pela nova presidência da Vale”, disse Ferreira, acrescentando que estaria  enviando ainda este ano para o Conselho de Administração a proposta orçamentária para a Alpa”, disse,  com todas a letras, Murilo.

De repente, a entrevista de Nagib não deve passar de um “factóide castanheiro”.

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Atualização às 09;10

Conforme a Vale declara em sua nota, o lote 11 citado no texto  de esclarecimento, é um pedaço de terra de propriedade do empresário Eduardo Barbosa que se encontra em litígio.  Eduardo não concorda com os valores indenizatórios definidos pelo governo para pagamento da desapropriação, pleiteando direitos na Justiça. Como só falta esse pedaço de terra do Lote 11 para a Alpa concluir a terraplenagem de projeto, as obras pararam nesse ponto.

A nota da vale não deixa dúvidas quanto a isso.