O Exército Brasileiro está delimitando imensa área, entre a estreita pista da Via Transmangueira até o rio Tocantins, com uma cerca de arame farpado, iniciada nas últimas horas, certamente para “assegurar” o que a instituição considera sua, contrapondo-se ao patrimônio público municipal.
Como à época em que Marabá era considerada “Área de Segurança Nacional”, e o exercício da cidadania inexistia, já que vivíamos sob a égide de uma ditadura militar que deixou marcas na sociedade até os dias de hoje, o atual comando do Exército, provavelmente o 52 BIS, conforme mostra placa afixada na cerca construída, decide esticar uma cerca, desgraçadamente, numa verdadeira afronta ao povo marabaense.
Observem nas fotos, o “curral” do Exército encurralou até mesmo casas de pobres famílias residentes à margem da avenida Mangueira, agora impossibilitadas de de ir e vir, como assegura a Constituição, simplesmente trancafiadas em território imexível.
Igualzinho a música do Billy Blanco: quem está fora não entra; quem está dentro, não sai.
O Exército sempre usou as antigas instalações de um porto da CDP, onde ali faz garagem náutica de lanchas dos quartéis, convivendo pacificamente com os moradores dos bairros Santa Rosa e Santa Rita.
Convivência respeitosa, aliás, que se arrasta havia décadas.
De repente, sem nenhum tipo de explicação ao povo local, a instituição apodera-se de imenso território, com cerca de arame farpado, reproduzindo, em plena via pública, os nefastos campos de concentração nazistas.
Agora, diante da vergonhosa cerca , o Exército cria o apartheid urbano marabaense.
Se já não bastava o apartheid social, caracterizado pela exclusão nos bairros diversos de Marabá, o comando do 52 BIS deixará a cidade envergonhada por conviver com visual deprimente formado pela cerca de arame farpado, às margens de sua orla, área mais apreciada da cidade.
Reprime o direito de ir e vir dos moradores dos dois bairros, além de “ofertar”, imagem feia a quem transita pela Via Mangueira
Extinguirá, ainda, para desespero de quem vive da profissão, os últimos pontos de encosto usados por construtores artesanais navais de Marabá.
Com a cerca de arame farpado, as embarcações não poderão mais encostar em alguns portos apropriados, devido a forma geográfica que facilita a “puxada” dos cacos para calafeto ou até mesmo construção.
A atitude do Exército de construir essa imensa cerca de arame farpado ganha dimensão de total desrespeito ao ser constatado, como o blog fez agora, que a SDU (Superintendência de Desenvolvimento Urbano) nem foi comunicado de tal decisão.
Ou seja, a Prefeitura de Marabá foi totalmente ignorada.
Pensamento típico do autoritarismo, da falta de convivência democrática.
Cria, ainda, embaraços futuros aos projetos do governo municipal, que tem espelhado, como compromisso de campanha, a duplicação da Transmangueira com moderno projeto urbanístico.
As fotos estão aí para quem quiser se “deleitar” com esse ato absurdo.
Func.HMM
21 de abril de 2013 - 11:18O exército tem um porto as margens do rio tocantins que fica nos fundos do Quartel 52 Bis,e na época em que servi lá esse porto era abondonado,deveriam usar esse porto que por sinal é muito bonito e deixar essa área(antiga portobrás)para a prefeitura construir algo que realmente venha beneficiar a população.
Evandro
20 de abril de 2013 - 15:31Tiago a área não é do Exército como vc afima! Portanto, não está TOTALMENTE CORRETO! ESTÁ EQUIVOCADO O COMANDO DE TAL OPERAÇÃO, ou seja a ordem de cercar!
não está em discussão o uso de parte da área por pessoas “comuns” ou se elas tem documentação ou não Elizandra.
O que está em debate é o fato do autoritarismo militar ter tomado a decisão de CERCAR parte da bia rio, onde as pessoas comuns, lavam carro, tomam banho, lavam roupas, “desapiam” voadeiras (aqueles que não pode pagar uma náutica). Portanto, a prefeitura precisa se manifestar.
E aliás, solicitar a doação por parte da CDP e construir uma grande escola ou outro empreendimento público.
O Exército tem muita área atrás dos seus quartéis para sediar sua seção Fluvial
Joel
19 de abril de 2013 - 16:05Todo mundo sabe que a área pertence a (cdp), simplesmente todas as casas que possuem lá não são documentadas portanto a área é da união e outra não o tempo não conta pra lei do uso capião em terras da união seja urbano ou rural. E tem mais já passei em frente e o que vejo e a convivência totalmente harmoniosa entre os milicos e os moradores locais.
Jv Não voto para gov do Pará
19 de abril de 2013 - 11:48Os militares tem documentação da marinha para cercar a beira do rio. EXÉRCITO não é MARINHA… .As pessoas que dizem ser donos de lote naquela região, parte tem processo em BELÉM na MARINHA.
Elizandra Cabral
19 de abril de 2013 - 09:32Primeiro eu acho difícil exército fazer algo assim deve está havendo algum engano, segundo eu sou funcionária da prefeitura e dificilmente as pessoas que moram ali teriam a documentação dos terrenos pois aquela área são da união e o exército defende os interesses nacionais, se eles não cercacem a área daqui a pouco iria ter gente dentro do local militar pedindo água, fala serio.
Tiago Pantoja 27
19 de abril de 2013 - 09:21O exército está totalmente correto, essa área é do exército e juridicamente ela não pode ser habitada por pessoas comuns pois não existe documentação dessa área é tem mais essa área é da união e não existe lei do uso capiao em terra da união.
Denis Lima
19 de abril de 2013 - 09:01Entendo que o EB se excedeu com essa ação… Espero que nossas autoriadades se manifestem a respeito deste desrespeito (perdão pelo trocadilho).
Wanderley Mota
19 de abril de 2013 - 05:37A ditadura Militar é “fogo de munturo” nunca acaba, e pode procurar que no fundo da gaveta de alguma procuradoria já existe a papelada justificando essa “papelada”
Pedro Americo
18 de abril de 2013 - 23:28caro amigo, esta area pelo que tenho ouvido falar é area da marinha, o exercito ja ocupa uma enorme area sem utilidades. vejo no porto uma duas voadeiras. isso é area de tiurismo eles não tem que cercar nada. kd vc Salame.
Ribamar
18 de abril de 2013 - 20:42Essa área pertence a SPU!
E os barracões que os milicos usam é da CDP ( antiga Portobrás), Portanto, não cabe aos milicos o construírem cerca.
A prefeitura tem que tomar as providencias, faqui a pouco eles cercam tudo e ainda vão cobrar pedágio na Transmangueira!
Roberto
18 de abril de 2013 - 15:55Acho que vale a pena ouvir a versão do Exército. Me parece que aquelas casas são irregulares e provavelmente devem ter invadido a área do Exército. Invasão é uma prática comum em Marabá e todos sabem disso.
Senhor Roberto, aquelas pessoas estão ali há muitos anos, ali é um bairro residencial. Invadido ou não, há casas com famílias carentes domiciliadas. O Exército deveria ter mantido audiências públicas com os moradores dos bairros, para chegar a um entendimento – até porque todos são pacatos cidadãos. E, a partir do momento que a prefeitura levou benefícios como asfaltamento, água encanada e luz, a área está caracterizada. Ademais, qual a razão para usar cerca com arame farpado na área mais visitada da cidade?
Leonardo Soares
18 de abril de 2013 - 13:08Agora eu pergunto: O exercito tem esse poder? Cadê o MP de marabá, não vai se manifestar? Cadê a prefeitura, Sr Prefeito a cidade é do povo e isso é realmente vergonhoso! Cabe ao sr Coronel do 52 BIS dar explicações.
matheus
18 de abril de 2013 - 12:55foi feito de maneira precipitada e pouco democratica, acho que tinha que reintegrar essa área, e remanejar os moradores para um bom local, onde eles possam viver com dignidade!
Acho que essa área toda tem que ser dada para a prefeitura, para que esta faça um projeto onde TODOS os cidadãos de Marabá possam desfrutar dessa beira do rio.