A seguir, reprodução de crônica do Mário Prata sobre os bons carnavais:
Antigamente, quando o carnaval tinha lança-perfume da Rhodia (chamada Rodouro) e era vendida na porta do clube, a coisa era mais organizada. As pessoas esperavam pelo carnaval. Hoje tem carnaval todo dia. Naquele tempo, já dizia Jesus a seus discípulos-foliões, todo mundo trabalhava os outros 361 dias do ano. Ou estudava. Então, quando chegava o carnaval, o negócio era pra valer. Homem vestido de mulher era o mínimo que se permitia.
O evento – sim, era um evento – começava meses antes. Os compositores, os melhores compositores brasileiros, faziam as músicas “para o próximo carnaval”. Os cineastas brasileiros faziam os musicais da Atlântida para lançar as pérolas. Quando chegava fevereiro todo mundo já sabia “de cor e salteado” umas dez delas. Cidade Maravilhosa, Olha a Cabeleira do Zezé, Pierrô Apaixonado, Chiquita Gonzaga, lá da Martinica, Letra Ó, De Caniço e Samburá, Coração Corinthiano.
E, em função das músicas, se faziam os blocos para o clube. Famílias se reuniam, se organizavam, bolavam os figurinos, gastavam uma “nota preta”.
Nos dois sábados que antecediam as quatro noites, tínhamos o que era chamado de “pré”. Não, não tinha nada a ver com cheque-pré. O baile pré-carnavalesco já vinha embutido no preço das mesas para as quatro delirantes noites. Era o aquecimento, o treino, o bate-bola, o bate-coxa.
As pessoas cheiravam (lança) e caiam no meio do salão e aquilo era uma festa, não era uma droga. Outras bebiam e iam regorgitar (acabo de descobrir que esta palavra não tem nem no Aurélio, nem no Houaiss) lá na varanda. E depois, é claro, tinha uma bela duma sopa de cebola que ia até lá pelas oito da manhã. Sendo que no sábado e na terça tinham as matinês para a “gurizada”. E os jovens pais aproveitam para colocar os filhos nos ombros e cairem na gandaia naquele calor carnavalesco.
Namoros começavam naqueles dias. Outros, terminavam por causa de algum rapaz ou moça da capital que vinham cativar a caipirada. E quem “animava” os bailes eram grandes orquestras com mais de quarenta músicos. Orquestras que eram contratadas a preço de ouro um ano antes.
O carnaval era uma coisa séria, minha senhora. Hoje todo dia é dia de carnaval. Mas sem ter lança-perfume para jogar na bundinha das meninas, não tem a menor graça.
Agora quando chega o carnaval as pessoas procuram uma praia para descansar do carnaval que foi o ano todo. Onde já se viu?
E eu, como atualmente moro numa praia, estou pensando – seriamente – em cair na gandaia daqui a pouco. Vestir uma camisa listrada e sair por aí, “botando bezerro, botando pelo ladrão, deitando o verbo, destripando o mico, deitando carga ao mar, falando aos peixes”. (Mário Prata)
Vivendo os bons carnavais nas matinês do Juçara Clube, em Imperatriz, dançando com os filhos Thiago e Silvia (nos braços)
anonimo
23 de fevereiro de 2012 - 16:54Hirosche, Ja fomos, e somos feleizes, tabem tenho essas fotos com meus dois filhos, nos domingos de Mathines, no clube de Mâes, ja mais vou esquecer aquela marchinha, ai ai ta chegando a hora o dia ja vem raiando, e todos se encontravam no velho coreto da Duque de Caxias ou no caldo da Sebartiana ai na rua do Jadão.
almir
22 de fevereiro de 2012 - 19:25Luis Sergio Anders Cavalcante
fevereiro 22nd, 2012 at 16:17
esses mesmos
Luis Sergio Anders Cavalcante
22 de fevereiro de 2012 - 16:17Caro Almir às 09:29 hs., o sindicato a que se refere, seria o representado pelo ex-vereador Adelmo e seus comandados (inclusive Bira) ? Em 22.02.12, Marabá-PA.
JAÇANÃ QUER INFORMAÇÕES
22 de fevereiro de 2012 - 15:58Hiroshi,
Me dê notícias, do nosso amigo Evandro Bogéa,seu primo.
JAÇANÃ
22 de fevereiro de 2012 - 15:52Hiroshi,
Bons tempos, aqueles dos famosos carnavais de salão,no club de Mães e Maçonaria. Participei de muitos com voce! Meu amigo, Metido a galanteador.
almir
22 de fevereiro de 2012 - 09:29Tem um adágio que diz: ”E quem fiscaliza o fiscal?” na sexta-feira 17 do corrente ouvindo uma emissora de rádio local um “sindicalista” por alcunha de “Bira” concedeu uma entrevista “informando” que; todo comércio deveria fechar na segunda de carnaval, equipes volantes do Ministério do Trabalho estariam em fiscalização vigilante e a multa seria de um salário mínimo para cada funcionário, na referida entrevista o representante não fez exceção de nenhum ramo comercial, qual foi minha surpresa e no dia 20 dia em questão a exceção fui eu, todos abriram, ficam perguntas:
1) Cabe somente ao empresário o senso de responsabilidade?
2) Tem o sindicato o direito a mentira como forma de “defender “ o trabalhador?
3) O ministério do trabalho não deveria censurar tal procedimento, afinal o nome desta autarquia foi usado de maneira no mínimo equivocada?
4) Faz idéia o sindicalista do que significa ter que explicar a uma equipe que a informação de seu representante estava equivocada e que eles deveriam trabalhar no dia?
5) Imagina este “representante” o que significa para um gerente de filial repassar a informação a sua matriz e esta saber que só sua filial não abriu?
6) Prezado Editor:
7) Quem fiscaliza o fiscal?
(perdão por fugir do texto, mas era o mais próximo que achei do tema
Almir, sua narrativa é uma prova de que o sindicato é usado sempre a favor de seus diretores em detrimento da produção. Infelizmente, os associados não sabem distinguir atos politiqueiros do interesse sindical.