Já dá pra perceber a estratégia adotada por Orly Bezerra, marqueteiro de Simão Jatene (PSDB), para encarar a disputa contra o candidato Helder barbalho (PMDB), na eleição para governo: comparar, batendo no “novo”

O discurso de Barbalho é espraiando imagem de que ele representa “o novo”.

Jatene, em todas as aparições públicas, reforça a oratória de que Helder não é assim tão “novo”.

Ontem, em Ananindeua, município que já foi governador pelo filho do senador Jader por oito anos, durante reunião com moradores, Simão andou por aí.

Disse o governador:

 

                      – “Eleição é escolha e escolha é comparação. Compare o que já foi feito por cada um dos candidatos.  Compare o passado de cada um. Faça uma comparação simples. O município de Ananindeua, por exemplo, é grande, mas é menor que o Pará. Quem não deu conta de governar bem Ananindeua, como vai querer dar conta desse Estado? Quando chegar alguém dizendo que falta fazer isso e aquilo e dizendo que vai resolver todos os problemas, que é o salvador da pátria, desconfie.  Isso é uma grande armadilha. Quando chegar  alguém pedindo mundos e fundos a você, pergunte o que ele já fez pela população desse estado” – sapecou Jatene, conforme frase extraída do  release distribuído pela assessoria de imprensa  do candidato aos meios de comunicação.

Além da imagem de “novo”, Helder tem adotado discurso de que Jatene “parou o Estado”, o próprio jingle da campanha de Barbalho ataca por aí.

A campanha de Jatene reage com a frase “pro Pará não parar”.

Em todos os lugares onde chega, nas caminhadas que tem realizado, Simão enumera o que realizou nos quase quatro anos de gestão.

Os hospitais regionais construídos  na Região Metropolitana, e  no interior, são usados pelo candidato tucano como  selo de ações carimbado na área de saúde, com a assinatura do atual governante.

–  “O que seria da saúde do povo de  Marabá, Redenção, Santarém, Paragominas  e dos municípios ao seu redor, se não existissem os hospitais regionais construídos por mim?”, anda perguntando o governador, por onde passa.

Ou seja, a linha de comparar é o que orienta a sua recandidatura.

Discursos à parte como construção social da campanha,  nas redes sociais  começou a luta dos esgotos.

“Luta” que apenas está começando.

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O resultado daquilo que costumeiramente passou a ser chamado de “baixarias”, só no final da campanha poderá ser respondido.

Já transformada em viral, uma charge na qual aparece o rosto de Helder  e a frase “Helderzinho Camarada e suas empresas fantasmas”, levando a supor que o filho do senador Jader seria dono de empresas que atuam no mercado regional, foi postada na Internet, originalmente por alguém que se intitula “De Olho na Eleição”.

Pela força que conquistaram nos últimos tempos, as redes sociais se transformaram em instrumento de peso tão grande quanto os programas políticos de televisão.

Com um diferencial básico: enquanto na tevê o tempo é delimitado pelo horário conquistado pelos partidos em função de sua representatividade no Congresso, na internet, o espaço é livre para ser explorado de acordo com a estratégia e poder de fogo de cada candidato.

Panfletos, comício, carro de som, propaganda eleitoral, nada disso repercute com tanta rapidez como um comentário nas redes sociais.

Segundo o Instituto Ibope, são mais de 74 milhões de usuários com mais de 16 anos que utilizam as redes sociais, dando ao Brasil a 5ª posição entre os países com maior número de conexões à Internet.

Assim, 80% dos internautas brasileiros estão conectados às mídias sociais.

Nesse cenário, a proliferação de campanhas de baixo nível corre a rede com mais velocidade do que aquelas bem intencionadas, porque são multiplicadas  ferozmente  pelos compartilhamentos .