Apesar de ser um tumor raro, com incidência maior em homens a partir dos 50 anos, o câncer de pênis é uma realidade e que pode ter como consequências a amputação.

No Brasil, esse tipo de tumor representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem o homem, de acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer), sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste do país.

Estudos científicos apontam a relação da doença com a infecção pelo vírus HPV (papilomavírus humano), além da predisposição do câncer em homens que tenham má higiene íntima e o estreitamento do prepúcio (pele que reveste a glande – a “cabeça” do pênis).

Para o cirurgião urologista do Hospital Regional de Marabá, Cassiano Barbosa, o diagnóstico precoce é fundamental para evitar a evolução do tumor e a amputação total do pênis, que traz consequências físicas, sexuais e psicológicas ao homem.

“No estágio inicial, a doença tem alta taxa de cura, mais uma parcela significativa dos pacientes demora em procurar ajuda médica, permitindo que o câncer se espalhe. Nesses casos, aumentam as chances da amputação”, ressalta o médico, que atua como diretor técnico do Hospital Regional do Sudeste do Pará, em Marabá (PA).

 

Prevenção e diagnóstico

A higiene íntima do órgão com água e sabão está entre as principais formas de prevenção.

A higiene deve ser realizada, principalmente, após as relações sexuais.

A cirurgia de fimose, quando a pele do prepúcio é estreita e impede a exposição da cabeça do pênis, também reduzem as chances de desenvolver a doença.

Cassiano explica que o sintoma mais comum do câncer de pênis envolve uma feridade persistente na região do órgão, ou uma tumoração na glande, prepúcio ou corpo do pênis.

“Esses sinais, associados a uma secreção branca (esmegma), podem indicar o câncer. É importante sempre consultar um especialista para o diagnóstico precoce”, ressalta.

O profissional destaca a importância dos exames periódicos, em especial aos homens acima dos 50 anos.

“Se houver alguma suspeita do câncer, o paciente é encaminhado para fazer uma biopsia, onde é retirado um fragmento do tecido para descartar ou não a doença”, explica. O profissional ressalta que a cura é possível até mesmo nos casos mais complexos, porém o tratamento depende da extensão do local do tumor.

“Quanto mais cedo houver o início do tratamento, as chances de cura aumentam. Os homens precisam ter essa consciência com a própria saúde”, conclui.