A tão aclamada responsabilidade sócio-ambiental já faz parte da rotina de muitas empresas brasileiras. Ao menos para as que pretendem ir além do lucro e, mesmo para ampliá-lo, e decidiram investir em ações que melhoram a vida de comunidades, meio ambiente e a própria imagem corporativa, que se reveste em mais lucratividade. Isto porque o consumidor está atento e passou a consumir mais produtos e serviços de empresas consideradas “responsáveis”.

Empresas e comunidades têm tentado aprender a viver num mundo onde o espaço e tempo se transformam e o global e local se estreitam. Com produtos e serviços cada vez mais semelhantes, os diferenciais passam a ser norteados por atitudes baseadas em um comportamento socialmente responsável, onde não basta mais gerar empregos ou fabricar produtos e oferecer serviços de primeira linha. É preciso se comprometer com o País, com o seu entorno.

Ao se deparar com o comportamento de alguns vereadores de Marabá conclamando a população a fechar a Estrada de Ferro Carajás para exigir recuo da Companhia Vale do Rio Doce da decisão de suspender o fornecimento de minério de ferro às empresas Usimar e Cosipar, este poster cai numa realidade avessa aos procedimentos da nova ordem civilizatória.

É bastante discutível os argumentos usados pelos parlamentares marabaenses de que mais de 7 mil pessoas ficarão no olho da rua com a paralisação das duas usinas de gusa. Ninguém estaria em perfeito estado de sanidade se saísse por ai defendendo a demissão de pais de família, até porque essa atitude gera miséria, avoluma os índices de criminalidade e estimula conseqüências outras bastante conhecidas do público comum.

Agora que é de uma falta de responsabilidade a postura dos vereadores em plenário, incentivando a radicalização – e crime de incitação à quebra da ordem publica -, isso também não se discute.