Preocupados com a presença de vários jovens e adolescentes que todos os dias ficavam circulando pela Casa da Cultura de Marabá, tivemos a ideia de fazer algo que pudesse oferecer alternativas para um futuro melhor aos jovens que ficavam pelo pátio da Casa da Cultura, após o término de seus trabalhos escolares.

Recebemos a contribuição da Superintendente da Fundação Carlos Gomes, de Belém, professora Glória Caputo, que nos concedeu o apoio técnico; e da UNICEF, que nos doou recursos (oriundos da campanha criança-esperança) para aquisição de flautas doce e equipamentos para a secretaria da Escola.

No dia 29 de novembro de 1993 iniciaram-se as aulas de teoria musical, flauta doce e coral, ministradas pelas professoras Júlia Lino Barbosa e Maria Madalena Silva Santos, numa palhoça atrás do prédio da Casa da Cultura. Inicialmente o projeto atendeu 60 alunos, de onde nasceu posteriormente a Banda de Música “Waldemar Henrique” que, por não dispor de espaço físico, ensaiava embaixo das árvores, tendo como regente o professor Amarildo Silva Coelho.

Enfrentamos verdadeira maratona, realizando várias apresentações em locais bem distintos, em busca de patrocínio para aquisição de instrumentos de banda. Dessa maneira, a escola foi conquistando seu espaço nas várias programações da cidade.

Mesmo com as conquistas alcançadas ao longo destes anos, não podemos deixar de lembrar das dificuldades enfrentadas, que certamente nos motivaram a buscar alternativas para que o projeto pudesse continuar exercendo sua função cultural e social.

A escola de música tem feito grande diferença na vida daqueles que souberam aproveitar a formação de qualidade que lhes foi oferecida. Os frutos alcançados têm sido animadores, pois estamos contribuindo para que os jovens conquistem seu espaço no mercado de trabalho.

Temos como exemplo, alunos que estudaram na escola e hoje são professores e monitores em escolas de música de Marabá, Itupiranga, São João do Araguaia, tocam em Bandas de Música de Igrejas, Polícia Militar e do Exército; alguns cursaram Licenciatura Plena em Música na UEPA-Belém e outros estudaram no Conservatório Carlos Gomes, em Belém.
Em janeiro de 2000 a Escola de Música Moisés Araújo firmou parceria com a Fundação Cristã de Amparo ao Menor Carente (FUNCAD), no Bairro do Amapá. A professora Júlia Lino Barbosa implantou naquela Instituição o Projeto de Música que até hoje continua um sucesso.

O projeto Tocando Vidas começou no primeiro semestre de 2007, a partir da iniciativa da 1ª Igreja Batista em Morada Nova, na pessoa de seu Presidente, Pastor Wagner Felix de Melo, que não media esforços para trazer, semanalmente, 12 crianças para participarem do curso de musicalização na escola. Dessa forma, surgiu a necessidade da criação de uma nova extensão, contemplando um público de 120 alunos em Morada Nova, distribuídos nos cursos de Teoria Musical, Flauta Doce e Violão.

Em 2009 a professora Júlia Furtado, coordenadora pedagógica da Escola Municipal de Ensino Fundamental do Bairro de Santa Rosa II, preocupada com a marginalidade que ronda os jovens e com intuito de afastá-los desse meio e envolve-los com atividades educativas, trouxe 90 crianças e adolescentes da referida instituição para estudarem música na escola. Porém, foram tantos os obstáculos enfrentados para a realização do transporte destes alunos, que a Escola de Música resolveu abrir uma extensão naquela escola, para suprir a necessidade musical de cerca de 100 alunos, nos cursos de teoria musical, flauta doce e coral no Bairro Santa Rosa.

Em 2011, a escola matriculou 701 alunos, o que demonstra o grande interesse dos jovens pela música e a seriedade do trabalho da escola.

Atualmente, temos um acervo de 202 instrumentos musicais à disposição dos alunos nos vários cursos que a escola oferece (Teoria Musical, Canto Coral, Flauta Doce, Violão, Violino, Viola, Violoncelo, Musicalização Infantil, Contrabaixo e Prática de Banda).

A Escola é referência musical, fazendo apresentações na cidade, com o Coral “ENCANTOS” e a Banda “WALDEMAR HENRIQUE”, despertando na comunidade o prazer de ouvir boa música.

Texto: Noé von Atzingen, Presidente Fundação Casa da Cultura de Marabá

 

Banda Valdemar Henrique em apresentação no desfile de 7 de setembro