O Ministério Público voltou a defender, nas audiências públicas realizadas em Marituba e Ananindeua, a devolução do projeto de construção da hidrelétrica de Barcarena para a Companhia Vale do Rio Doce refazer os estudos baseando-se na realidade local e viabilizando métodos menos prejudiciais, tanto ao meio ambiente quanto a aspectos socioeconômicos. O promotor Raimundo Moraes sugeriu estudos de instalação de uma usina eólica, ressaltando que a usina de carvão, além de poluidora, é uma obra ultrapassada do século XIX.
Não queremos cinzas, gases e muito menos gessos. Queremos dignidade para a região amazônica“, acrescentou o promotor.
A Promotora Eliane Moreira ratificou que a CVRD apresenta um projeto devastador para a sociedade e para o meio ambiente, além de algumas irregularidades. “É impossível viabilizar a construção da hidrelétrica com o planejamento apresentado. O nosso dever, enquanto Ministério Público, é defender a sociedade, e por isso digo que é preciso devolver os estudos atuais para a elaboração de novos“, disse.
Defendendo o empreendimento, que representa um investimento de US$ 500 milhões, a CVRD aponta 11 programas ambientais que deverão monitorar, acompanhar e controlar os 52 impactos identificados. Dentro desse controle, a empresa prevê a utilização de dois equipamentos de alta eficiência no controle ambiental, que são o dessulfurizador, que ajuda a diminuir a emissão de gases na atmosfera, e o carvão mineral da Colômbia ou de Moçambique, que possui baixo teor de enxofre.