Uma live realizada pela Associação PanAmazônia, com sede em Manaus, tendo como convidados o empresário de Marabá Reinaldo Zucatelli; o secretário-geral do Ministério da Infraestrutura coronel  Marcelo Costa; e o diretor do Departamento de Navegação e Hidrovias (DNHI) Dino Antunes Dias Batista, levou a conhecimento nacional a questão da derrocagem do rio Tocantins.

O polêmico assunto foi provocado pelo empresário de Marabá.

Atuando como moderador, o empresário  Belisario Arce da Associação PanAmazônia, registrou ainda a participação de dezenas de empresários e representantes de entidades que se inscreveram ao debate durante a live.

Um dos momentos mais importantes  do embate on line foi quando o empresário Zucatteli cobrou do governo federal decisão definitiva para as obras de derrocamento do Pedral do Lourenção, objetivando  viabilizar a hidrovia do Tocantins entre Marabá e Belém.

Reinaldo Zucatelli fez o seguinte questionamento:

 

“Nós tínhamos a navegação normal entre Marabá e Belém pelo rio Tocantins, mas com a construção da barragem de Tucuruí, na década de 80, ficamos impedidos dessa navegação. Anos depois, foram construídas as eclusas com objetivo de corrigir os níveis de passagens. Porém, para que isso ocorra,  se faz necessário a realização das obras de derrocagem do Pedral do Lourenço,  obra que até hoje nunca foi executada. Gostaria de saber do governo federal, aqui nesta live representado pelo  Secretário do Ministério de Infraestrutura, Marcelo Costa – , e pelo Dino Batista , como é que anda isso aí , porque estamos há algumas décadas para que essa navegação volte ao normal. Ou seja, em que situação se encontra  a questão da derrocagem do Lourenção?”

Dino Antunes Dias Batista (abaixo), diretor do Departamento de Navegação e Hidrovias (DNHI), respondeu a Zucatelli dizendo que o maior desafio que o governo vem encontrando para tocar a obra é a questão ambiental.

”Há mais ou menos  dois meses,  o Dnit já tem essa obra contratada dentro do regime  RDCI que permite a empresa vencedora da licitação elaborar o projeto e, em seguida, executá-lo. Ou seja, a obra já está contratada.  Dentro do projeto está o Licenciamento Ambiental. O primeiro relatório técnico que foi emitido pelo pessoal do Ibama, foi bastante ruim. Ele veio com algumas visões irreais sobre a disposição das rochas oriundas do derrocamento. Felizmente, esse relatório técnico do Ibama  foi retirado  em face das críticas que recebeu de nossa parte, eles entenderam que tinha sido exagerado os itens colocados de disposição de rochas. Agora, estamos aguardando um novo relatório  técnico que permitirá a emissão da licença para a obra.  Não é uma obra simples no sentido ambiental. Quando você faz qualquer derrocamento, você muda a velocidade do rio, da água, então…  o Dnit (e aqui eu quero parabenizar o Dnit) fez um trabalho belíssimo de simulação e conhecimento da velocidade do fluxo de água para verificar como se dará, realmente, a navegação  a partir do derrocamento.  Isso, provavelmente o Reinaldo Zucatelli conhece,  tem sido conversado com o Dnit e os usuários para ver se haverá necessidade, a partir de simulações  de mais de uma embarcação fazendo o empurramento e o reboque dos comboios, exatamente para fazer frente às velocidades que vão ser atingidas com o derrocamento. Mas é bom se diga que esse trabalho técnico está sendo muito bem feito pelo Dnit em articulação com os usuários e, agora, o desafio é o licenciamento ambiental”, disse o técnico

Coronel Marcello da Costa Vieira (foto), Secretário Nacional de Transportes Terrestres, também se pronunciou sobre a questão.

“A questão ambiental é muito relevante e a questão orçamentária, também,. É um investimento pesado, não é uma obra barata, e isso é uma questão que a gente vai ter que enfrentar quando estiver com o projeto definido, e o Orçamento. Também  questão desse gap de integração que a gente está trabalhando no governo entre o Ministério da Infraestrutura e o Ministério de Minas e Energia, para que esse planejamento que é sempre de longo prazo,  e o Ministério de Minas e Energia contemple a questão  de navegação e de eclusas, a fim de que possamos fazer um trabalho de longo prazo, considerando, também,  a navegabilidade do rio. Então, é nesse sentido que a gente tem trabalhado e é o nosso embate ambiental, assim,  no bom embate, da gente mostrar que o investimento é viável, economicamente,; ele é viável ambientalmente e ele faz sentido. Temos uma interlocução muito  forte através do Dnit e do próprio ministério com o Ibama. Entendemos a relevância do papel que o Ibama  tem, a responsabilidade e a competência que são dele, mas como indutores do crescimento do país temos a consciência muito clara aqui no Ministério da Infraestrutura de que sempre vamos brigar por obras que sejam relevantes, respeitando as questões ambientais pelos órgãos que têm competência para isso”, disse o coronel.

O link do vídeo da live pode ser acessado através  DESTE LINK.

A participação de Reinaldo Zucatelli ocorre a partir dos 44 minutos do vídeo.