Quem perde eleição, não tem jeito, dia seguinte procura encontrar chifres em cabeça de mosca.
Até a ressaca da surra acabar, criam mirabolantes “teses” – e explicações totalmente desvinculadas da realidade.
Como o direito ao estribucho é sagrado, até aí a grita é aceitável.
Res modo formosae foris, intus erunt maculosae, ou saindo do latim para o português bem claro-, “cruz nos peitos, e o diabo nos feitos.”
Na edição de domingo, o Diário do Pará publicou entrevista com o economista Roberto Ribeiro Corrêa, buscando explicações alegóricas à vitória de Simão Jatene.
Ou à derrota de Helder Barbalho, por quase 140 mil votos de diferença.
Lá pelas tantas, o moço saiu-se com esta preciosidade, ao garantir que “a pesquisa que projetou o candidato Helder Barbalho como vitorioso já no primeiro turno ao governo do Estado estava correta”, na narrativa do jornal.
– “A reversão de expectativa no segundo turno pode ter ocorrido após o uso de alguns mecanismos que seriam impossíveis de serem detectados em qualquer pesquisa”, disse Roberto.
O economista não se pauta em fatos concretos para se sair bem em sua difícil missão de “inexplicar” o explicável – como a “chamada no saco” dada nos prefeitos aliados da candidatura tucana, em reuniões ocorridas em Belém, logo depois do 5 de outubro, para que fossem às ruas lutar pela candidatura, lutando para diminuir diferenças pró Helder, no primeiro turno, como de fato ocorreu em muitas cidades, principalmente em municípios do Sul/Sudeste/Oeste do Estado.
E a presença quase que centralizada de Simão Jatene na Região Metropolitana, buscando aumentar a diferença que conquistara no primeiro turno.
O próprio debate na TV Liberal pode ter influenciado indecisos, considerando a performance segura do candidato vencedor.
Para exemplificar como estava o humor do eleitor, no segundo turno, nos cinco maiores colégios eleitorais do Pará: Belém, Ananindeua, Santarém, Marabá, e Parauapebas.
Nos municípios onde Helder ganhou no primeiro e segundo turnos
Santarém
Aqui, no primeiro turno, Helder teve 95.929 votos. Jatene, 41.260
No segundo turno: Helder, 91.122; Jatene, 50.157
De um turno para o outro, Jatene tirou 13.703 de diferença.
Marabá
Neste município, no primeiro turno Helder venceu por 67.129 a 30.027.
No segundo turno, a diferença caiu quase 15 mil votos: Helder, 55.722 a 33.558 .
Parauapebas
No Pebas, também caiu a diferença em 6.160 votos.
Nos municípios onde Jatene ganhou no primeiro e segundo turnos
Belém
Na capital, a diferença de votos pro Jatene, entre um turno e outro, subiu para 77.100 votos
No primeiro, o governador obteve 404.691 votos (57%) a 279.222 (39%);
Na segunda etapa, Jatene 475.408 (64%) a 272.839 (36%)
Ananindeua
Primeiro turno: Jatene 118.664 a 82.087
Segundo: Jatene = 154.958 a 81.404 154.958 .
Na soma de diferença a mais pro Jatene, 73.554
Leo Gomes
3 de novembro de 2014 - 13:17Não há mais o que se discutir: consummatum est. Helder perdeu, Jatene ganhou de virada e a vida segue. Outra coisa, falar de uso ou não da máquina pública é discussão besta e levanta o seguinte questionamento: se as posições fossem inversas, “são” Helder Barbalho não usaria a máquina. sabendo-se quem são os Barbalhos???
Gilton Pereira Rolin
3 de novembro de 2014 - 11:22Bom dia!
O resultado de Marabá que está no site do TSE no 2º turno é:
Helder: 66.722 (66,46%)
Jatene: 33.668 (33,54%)
Minha consulta tem sido sempre o banco de apuração do UOL.
http://placar.eleicoes.uol.com.br/2014/2turno/#/04839-PA