Um dos grandes desafios da região, sem sombra de dúvida, é preparar nossos jovens para o mercado de trabalho.

Capacitar é palavra de ordem para que os espaços, as oportunidades que essa região oferece, sejam ocupados por profissionais formados aqui.

É preocupante observar os indicadores da educação no estado do Pará e em particular no Sul e Sudeste do estado, sem esboçar desejo de interferir de forma que algo de novo modifique esse cenário.

Em passado recente, ao final de uma apresentação de investimentos programados para o Pará, uma entidade empresarial fechava a apresentação com um quadro preocupante que refletia a performance da educação no estado. Creio que com o objetivo de alertar ou provocar as autoridades para o fato.

Na educação básica:

– O IBGE classificou o Pará como o estado com maior índice de analfabetismo no Brasil.

-O UNICEF analisou a rede pública de ensino fundamental da região Norte como de péssima qualidade pedagógica.

-Ainda segundo UNICEF, 811 mil paraenses em idade escolar – 3 a 17 anos – estão fora da escola.

No ensino médio:

-Segundo o Exame Nacional do Ensino Médio-ENEM, a melhor média obtida por uma escola paraense é 14 pontos abaixo da maior nota nacional.

-De 2004 a 2008, o Pará deixou de matricular 3,7 mil estudantes no ensino médio.

-A cada ano são reduzidas 6% das matriculas do Ensino Médio nas escolas paraenses.

No ensino superior:

-Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (INEP), o Pará possui recorde de alunos inadimplentes no ensino superior.

-Ainda segundo o INEP, apenas 9% dos jovens entre 18 e 24 anos no Pará estão na universidade.

-Segundo Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), em 2008 cinco cursos de instituições públicas paraenses figuram entre os piores do pais (engenharias –física – ciências sociais e letras).

Buscando e obtendo mais informações a respeito, o agravamento foi sendo ampliado. Relembrei da campanha do Prof. Cristovam Buarque para presidente, e o que ele próprio apelidou de o samba de uma nota só(campanha de uma nota só) – defendia ardorosamente como plano de governo, a educação .

A evolução dos temas nos debates nascia sempre pautada no tema educação.

Dizia, “a educação é a base de tudo”. Tudo se transforma a partir da educação. A visão, as expectativas, a consciência, a atitude e, por conseqüência, o exercício da cidadania.

Nessa busca, a seguir outras informações que contribuem para a reflexão que esse tema propõe. O objetivo é de fato sensibilizar pessoas para esse processo de alerta.

-60% dos alunos que concluem o ensino fundamental, desistem de estudar no Brasil.

-No futuro estado do Carajás(39 municípios), o número de alunos matriculados na rede municipal é de 369.967 (fonte censo 2009)

-No ensino médio, rede estadual é de somente 76.640 (fonte censo 2009)

-A média nacional do IDEB é de 4,6 (censo 2009)

-A média do estado no IDEB é de 3,6 – média entre as 4 piores do país.(censo 2009)

-A rede estadual(76.640 alunos) ainda apresenta um percentual de reprovação e evasão da ordem de 31,9%. Significa que 24.448 alunos são reprovados/evadidos.

-A rede municipal (369.967 alunos), apresenta uma reprovação e evasão da ordem de 22,2%, representando expressivos 83.133 alunos reprovados/evadidos.

Nesse remanso de informações, fica cada vez mais evidente as necessidades e os desafios a enfrentar, é a educação no Pará – em números.

Texto: Italo Ipojucan, presidente da Associação Comercial e Industrial de Marabá