
A partir de 2014, o município de Praia Norte passará a ser conhecido não apenas pelas belas praias que têm em seu entorno.
Um grandioso empreendimento de R$ 400 milhões, com obras iniciadas e paralisadas devido o período invernoso, abrirá as portas do município para o interesse de investidores não apenas do Estado do Tocantins, bem como de empresários do Amazonas, Pará e Maranhão.
Trata-se de porto fluvial destinado a servir de entreposto das principais empresas com planta industrial na Zona Franca de Manaus, idealizado pela Eurolatina, empresa de capital alemão.
Praia Norte (TO) fica localizada à margem esquerda do rio Tocantins, pouco abaixo de Imperatriz, com uma população de 9 mil habitantes.
Denominado Ecoporto Praia Norte, o empreendimento, que está sendo instalado às margens do rio Tocantins, colocará o Estado na rota de dois dos principais portos do Brasil: o de Manaus e o de Belém.
As obras de terraplenagem serão reiniciadas agora em abril, depois de encerrado o ciclo chuvoso. No auge de sua construção, o porto oferecerá cerca de mil empregos diretos.
Praia Norte foi escolhida como local para abrigar o porto depois que estudos indicaram a viabilidade técnica do empreendimento, que se transformará numa rota alternativa de saída do corredor centro-norte, com o Tocantins ao centro, rumo ao Atlântico.
No local serão instalados estaleiros, balanças para caminhões, centro frigorífico, guindaste e uma linha férrea ligando o empreendimento à Ferrovia Norte Sul.
Através de contato telefônico, coordenadora do Ecoporto, Sandra Kramer informa que o projeto será erguido em oito fases e terá uma área de 75 hectares.
Adiante também que, para viabilizar o projeto, o Governo do Tocantins tem cumprido com a contrapartida, que foi a cessão do terreno e ainda o apoio na celebração de acordos com a ZFM e com a Valec, para viabilizar a construção de um ramal ferroviário ligando o porto à Ferrovia Norte Sul.
A implantação do Porto de Praia Norte fará do Tocantins um dos grandes fornecedores de alimentos para o Estado do Amazonas, já que a maior parte das frutas consumidas em Manaus é fornecida por São Paulo e com a instalação do porto, facilmente o Tocantins poderá fornecer carne, frutas, grãos e outros alimentos para aquele Estado, na avaliação da executiva.
“Como o Estado do Tocantins está no meio da rota entre Manaus e as maiores regiões consumidoras do País, o nosso entreposto será uma extensão da ZFM e temos várias empresas interessadas em participar da licitação do entreposto”, explica Sandra.
O porto está sendo construído a dois quilômetros da sede do município de Praia Norte, cidade localizada a cerca de 120 quilômetros da BR-153 (Belém-Brasília). Às empresas que utilizarem a nova rota, de acordo com o projeto, nessa fase inicial,o que vai acrescentar é o trecho fluvial, que deixará de operar com o porto de Belém e passará a ser em Praia Norte, de onde seguirá por rodovia.
Estimativas iniciais apontam uma redução de 17% nos custos dos transportes entre Manaus e as regiões Sul e Sudeste. Mas no quesito tempo, a viagem até Praia Norte é cerca de dois dias superiores às viagens Manaus-Belém, que demora cerca de quatro dias e meio.
Além do trajeto ser mais longo, as viagens fluviais até a cidade tocantinense utilizam os cursos dos rios Amazonas e Tocantins. Dessa forma, a viagem pelo Amazonas até a foz do rio Tocantins é a favor da correnteza (baixando), mas a navegação no rio Tocantins é contra a correnteza (de subida). Enquanto até Belém a viagem é toda descendo o rio Amazonas.
“Estimamos que a viagem aumente em dois dias em relação ao trajeto por Belém. Mas com entreposto instalado, esse tempo de navegação acaba. Não vai ser mais problema, porque a carga deixará armazém em Manaus para ser estocada em outro armazém. Esse fluxo de Manaus até Praia Norte vai ser um fluxo sem pressa. A partir de Praia Norte é que acontecerão os maiores ganhos de tempo. Acreditamos que vamos atender as outras regiões em um tempo muito mais rápido. Vai ser tudo rodoviário.
Assim esse tempo de navegação será todo suprimido, porque Praia Norte está aproximadamente 700 quilômetros mais próxima das grandes regiões consumidoras, que Belém, e a BR 153 passa a cerca de 120 quilômetros da cidade“, explica a coordenadora.
Outra parte do projeto, também trabalhada pela Eurolatina e o Governo do Tocantins é a extensão da ferrovia Norte- Sul entre a cidade de Aguiarnópolis (MA) e Praia Norte.
Segundo Kramer, na primeira quinzena de fevereiro uma empresa portuguesa, que atua com ferrovias naquele país, ficou interessada na construção do ramal. Trata-se de uma obra de aproximadamente R$ 500 milhões. “Mas conseguimos operar o Porto com a rodovia até Aguiarnópolis e de lá, pode pegar a ferrovia Norte-Sul, quando isso for vantajoso”, esclarece a coordenadora.
Das oito etapas planejadas de instalação, o projeto do Ecoporto, em sua primeira fase, contempla galpões para armazenagem, pátio para 700 carretas, rampa de atraque, balança e um condomínio industrial.
A operação do porto está prevista para iniciar parcialmente em setembro deste ano e em janeiro de 2014 entrar em operação total.


Jv Não voto para gov do Pará
27 de março de 2013 - 07:50O Tocantins tem governo o Pará NÃO …Se este projeto fosse no municipio de MARABÁ,bastaria só 25 km de FERROVIA e o desmunte do Lorenção. Lá na Praia Norte precisaria do LORENÇÃO , Barragem de Marabá com ecluza, sendo que a agua reprezada da barragem só chegaria no municipio de São Sebastião no TOCANTINS,faltando 50 km para PRAIA NORTE .OS 100 km a menos da ferrovia daria para quebrar o LORENÇÃO…
Agenor Garcia
26 de março de 2013 - 11:53Caro Hiroshi,
Quando trabalhei como repórter no Jornal do Tocantins, em Palmas, fiz matéria a respeito de Praia Norte e seu porto. Quem assina Gilberto, acertou pois um dos gargalos é a falta de espaço para um retroporto maior e ramal de ligação ferroviária do mesmo à Norte Sul, cujos investimentos estão todos voltados para a parte sul da obra. No tempo de Gaguim, que perdeu a eleição para o atual governador Siqueira, anunciaram que haveria alfandegamento e porto seco em Praia Norte. Alfandegamento para cumprir metas da Receita Federal e porto seco, termo que designa uma atividade complementar às exigências de exportação, com as da Receita Federal. Sem isso, nada feito para um porto. Outro gargalo, este tão sério quanto o do Lorenção, são os derrocamentos à montante de Marabá até São João e depois até Imperatriz e a incognita gritante que trata da questão da construção da Hidrelétrica de Marabá(2.160Mw) e Serra Quebrada(1.328 Mw),que segundo especulam, não terão eclusas. Sem contar que fecharam o Tocantins em Estreito, e sem eclusas.Vai daí que, a navegação para as cidades mais importantes estão comprometidas. A Eurolatina e governo do Tocantins, não se entendem em muitos ítens desta parceria. Chegaram a dizer até que, em Praia Norte, seria instalada uma unidade da Honda para a montagem das motocicletas e futuramente, de uma montadora de veículos. Tudo para aproveitar o modal da ferrovia com base em Palmas. Mas navegaram na maionese, tudo são planos que dependem de verbas do BNDES, cujo cofre está à disposição da Dilma para os seus encalhados projetos de casas populares, banco do povo, bolsas, transposição do S.Francisco, refinarias prometidas e não iniciadas, infra portuária em Santos, Paranaguá e Itajaí, terminal de S.Sebastião, Pecém, etc. Quer dizer, Praia Norte é uma boa promessa. Mas não passa disso.
Abraços
Agenor Garcia
jornalista
Gilberto
25 de março de 2013 - 21:23Tem ruído nesta linha amigo Hiroshi, primeiro um Porto de 75 ha já nasce morto, segundo, todos os estudos de viabilidade da Hidrovia neste momento termina em Marabá, na ACIM estamos trabalhando com outras variáveis, pra começar a ligação com Manaus até Marabá seria direta e mais competitiva, a ACIM vai se posicionar esta semana. Abs
Marcus
25 de março de 2013 - 13:43Bem, para a Navegação funcionar entre Manaus e Praia Norte passa pelo Rio Tocantins, certo? E se não fizerem a derrocagem do Pedral do Lourenção??? Vejo que este empreendimento pode ajudar a fazer lobby pela hidrovia Araguaia-Tocantins…