Pouco menos de quatro anos atrás, o Supermercado Dular, em Marabá, era uma pequena mercearia localizada na Folha 21, freqüentada basicamente por consumidores das Classes D/E.

Com o governo Lula, dona Maria Rangel, proprietária do comércio, notou que sua clientela passara a disponibilizar de maiores valores na hora de efetuar suas compras. O público consumidor também foi crescendo em sua loja, encorajando-lhe a solicitar FNO ao Banco da Amazônia para ampliação do prédio anteriormente de duas portas.

Hoje, o supermercado Dular é o segundo maior de Marabá, disputando com o Grupo Alvorada a liderança local.

Dona Maria, capixaba arraigada em valores patriarcais onde o direito de propriedade é bem sagrado do ser humano, no início via o governo Lula ressabiada. Atualmente, não! É defensora intransigente do presidente e do PT:

– Um presidente que coloca dinheiro no bolso do pobre não pode ser condenado. Meu patrimônio cresceu como nunca, em quatro anos. A própria comunidade vive melhor, tenho como exemplo meus clientes formado por pessoas paupérrimas, que antes do ano 2.000 tinham malmente uma rede para dormir -, e hoje trafegam de moto, compram celular e carne de primeira. Não todo dia, mas compram.

O caso de dona Maria Rangel explica recente pesquisa do DataFolha que aponta a migração para a classe C de 20 milhões de brasileiros. Exatamente nos últimos cinco anos, a classe D/E encolheu de 46% do total da população para 26%. Já a C cresceu de 32% para 49%.

A migração mais forte ocorreu aonde? Nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

O dinheiro passou a circular mais para as bandas de cá do que para as de lá – onde reinam Fiesp e seus agregados gulosos por investimentos em seus nichos poderosos. Por isso não gostam de Lula.

Ah, antes algum engraçadinho questione o súbito crescimento dos negócios de dona Maria: ela é uma viúva que educou seus quatro filhos, formando a maioria, e sempre primou pela honestidade em suas atividades comerciais. Por isso é super respeitada em Marabá.