Na metade da manhã desta segunda-feira, 21, o portão do campus 3 da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará  foi bloqueado por manifestantes.

O ato foi convocado pelos discentes indígenas e quilombolas que se sentem prejudicados pela retirada  de direitos conquistados ao longo dos anos.

A manifestação exige uma posição do governo federal, responsável pela extinção dos direitos reivindicados pelos universitários.

Agora há pouco, o blogueiro conversou ao telefone com David kakoktyire Valdenilson de Souza, da etnia  Gavião Akratikateje, que explicou a motivação do ato.

“Hoje nossa reivindicação é sobre a bolsa permanência, do MEC, que é um programa para garantir a permanência desses alunos dentro do sistema. A bolsa MEC é um processo especial e específico da instituição visando facilitar a permanência dos alunos indígenas e quilombolas, dentro da universidade”, disse.

A bolsa paga pelo MEC é de R$ 900,00 por mês.

Desde o inicio do ano 2020, o repasse da bolsa está suspensa.

Atualmente, existem apenas 28 alunos com aprovação da bolsa permanência. Uma das pautas de reivindicação do movimento é ampliar o universo da cessão da bolsa para 106 alunos, o total de discentes indígenas e quilombolas.

Ou seja, os alunos  estão sendo atendidos em apenas 25% da demanda.

“Precisamos que os 75% dos universitários não beneficiados pela bolsa sejam também sejam contemplados”, diz David.

 

Davi explica que o programa “é uma política pública voltada a concessão de auxílio financeiro aos estudantes de graduação indígenas e quilombolas matriculados em cursos de graduação presencial em instituições de ensino superior, sobretudo, visando contribuir para a permanência e a diplomação dos beneficiados. Só pra se ter ideia da seriedade do problema, atualmente na Unifesspa temos alunos indígenas do Estado do Amapá, e fora o povo quilombo que também, em sua maioria, veio de muito longe. Portanto, exigimos a permanência das atuais bolsas e homologação das 106  bolsas restantes”, explica David.

Os líderes da manifestação teriam encontro com o reitor da Unifesspa,  Francisco Ribeiro da Costa , para tratar do assunto.

A manifestação continua valendo.

No portal do bloco central da universidade, quem está fora – não entra; quem está dentro, não sai.

Na imagem, manifestantes no portão do bloco central das Unifesspa.