Assessoria de Comunicação da prefeitura de Paragominas acaba de enviar nota contestando informação da coluna, publicada, hoje, no Diário do Pará, desmentindo,  a tal campanha de “desmatamento zero” do prefeito Adnam  Demachki  (PSDB), baseado em dados da Imazon.

Leiam, na íntegra,  a versão do prefeito:

Em respeito à opinião pública paraense, acerca das constantes notas sobre o Projeto Ambiental de Paragominas, publicadas na coluna do Sr. Hiroshi Bogéa, em O Diário do Pará, informamos:

Há 20 meses, Prefeitura, Câmara e entidades de Paragominas instituíram o projeto Município Verde. Dentre as muitas ações desenvolvidas, um pacto foi assinado para o DESMATAMENTO ZERO, mudando uma página na história do município. Com esse comprometimento, o número de focos de desmatamento vem diminuindo vertiginosamente. A ong Imazon passou a monitorar, por satélites, o desmatamento; e a Prefeitura e as entidades – informadas pela ong da existência de focos – fiscalizam as áreas e denunciam seus proprietários a quem de direito. Em 20 meses, dados do DETER (Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real), divulgado pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) atestam que o desmatamento em Paragominas reduziu em 73%.

De janeiro a junho de 2009, o município não teve nenhum foco de desmatamento; e em julho e agosto, os poucos focos existentes tiveram a atividade carvoeira presente. Esse carvão está sendo produzido para abastecer as guseiras de Marabá e Açailândia.

Insistentemente em suas colunas, o jornalista Hiroshi Bogéa apresenta informações demonstrando desmatamento e degradação ambiental em Paragominas. Contudo, todas as informações são de fatos ocorridos anteriormente aos 20 meses da implantação do projeto Município Verde. Reconhecemos nosso passado. Por isso, estamos buscando um novo presente e um futuro melhor para as novas gerações.

Por fim, reconhecemos a importância das guseiras para Marabá e Açailândia, mas estas, também, devem entender que não desejamos continuar transformando as florestas de Paragominas em carvão vegetal, muito menos que parte da nossa população trabalhe nessa atividade degradante. Se quiserem continuar produzindo gusa, que o façam por meio de reflorestamento, como já fazem algumas empresas, e em suas cidades de atuação.

Nota do Blog:  1- debaixo de taca, o prefeito de Paragominas diz, agora, que o carvão vegetal é consumido, também, pelas guseiras de Açailândia, sem, no entanto, especificar o alto índice de metros cúbitos do produto florestal consumido pelas usinas maranhenses, abastecidas pelos produtores da rodovia Belém-Brasília e BR-222.

2- No calor da campanha  mentirosa que ele vem desenvolvendo, irresponsavelmente, contra a Sinobrás, são sempre dirigidas acusações aos empresários de Marabá – especificamente à siderúrgica de aço que absorve  insumos vegetais produzidos em suas doze fazendas e de produtores devidamente certificados, abstendo-se da compra de carvão de origem ilegal.

3- Convenientemente, o prefeito esquece de mencionar em sua nota as fortíssimas relações comerciais que os produtores de carvão vegetal  de seu município (portentosos financiadores de campanhas eleitorais da dupla Adnam-Sidney Rosa) mantém com o pólo siderúrgico localizado em terras maranhenses.

4- Em nenhum momento, o alcaide se avexa em desmentir as notas publicadas hoje na coluna. Tenta se justificar, apegando-se a um tal projeto “Município Verde”, para encobrir o grande mal que seus padrinhos políticos(à frente, Sidney Rosa, um dos maiores madeireiros da região)  fizeram às florestas de Paragominas.

5- A nota do prefeito de Paragominas será publicada, também, na coluna do Diário do Parã, neste final de semana.